Rafael Reis

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João Pedro: como reserva do Brighton virou jogador da seleção brasileira

Pela primeira vez em mais de 120 anos de existência, o Brighton, clube que passou a maior parte da sua história disputando as divisões inferiores da Inglaterra e que jamais chegou perto de brigar pelo título nacional, tem um jogador na seleção brasileira.

E o curioso é que João Pedro, chamado na última segunda-feira para os dois compromissos da equipe canarinho em novembro pelas eliminatórias da Copa do Mundo-2026, sequer é titular do time comandado pelo técnico Roberto de Zerbi.

O jovem atacante de 22 anos só foi titular em duas das últimas sete rodadas da Premier League, a prioridade do Brighton na temporada. Em compensação, tem sido escalado com frequência e brilhado na Liga Europa, competição em que o clube costuma utilizar uma formação alternativa.

Quem é João Pedro?

Revelado nas categorias de base do Fluminense, o novo jogador da seleção foi para a Inglaterra depois de apenas uma temporada (30 jogos e nove gols) atuando entre os profissionais aqui no Brasil.

Negociado com o Watford, o atacante precisou encarar durante um ano e meio a Championship, a segunda divisão inglesa. Ele participou da campanha de acesso em 2020/21 e atuou novamente fora da elite em 2023/24.

Mesmo sem conseguir uma nova promoção com seu time, o brasileiro subiu de divisão. Os 11 gols marcados na "Série B" da temporada passada convenceram o Brighton a gastar 34,2 milhões de euros (R$ 178,2 milhões) para contratá-lo, uma quantia jamais antes investida em um único jogador em toda a história do clube.

Por que foi convocado?

Ainda que não costume ser titular nos jogos mais importantes do Brighton, atualmente o sétimo colocado no Inglês, João Pedro é o artilheiro do time da temporada (seis gols) e um dos goleadores da Liga Europa (quatro tentos).

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Além do bom momento e do ótimo potencial de crescimento permitido pela sua pouca idade, o camisa 9 também ganhou pontos com Fernando Diniz por conta da sua versatilidade.

João Pedro está longe de ser um centroavante típico. Embora costume ser escalado como peça mais adiantada no Brighton, o ex-Fluminense pode também ser utilizado como ponta esquerda e, principalmente, em uma função mais recuada na faixa central, logo atrás do centroavante.

É exatamente essa a posição que é normalmente ocupada por Neymar. Só que o astro do Al-Hilal precisou passar por uma cirurgia de joelho e dificilmente voltará a campo nesta temporada. Lucas Paquetá, do West Ham, que também seria opção para o setor, não tem sido convocado por conta de uma investigação por suposta participação em apostas esportivas.

Sob pressão

Após tropeçar nos dois compromissos da última Data Fifa (empate em casa com a Venezuela e derrota para o Uruguai, em Montevidéu), a seleção volta a se reunir na próxima semana para tentar aliviar um pouco a pressão sobre Diniz e encerrar o ano com bons resultados.

O problema é que a rodada dupla de novembro das eliminatórias promete ser das mais complicadas. Primeiro, o Brasil visita a Colômbia, no dia 16 (quinta-feira). Na terça seguinte, o desafio é simplesmente o clássico contra a Argentina, campeã mundial, no Maracanã.

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Por enquanto, a seleção está atrás de argentinos e uruguaios e ocupa a terceira colocação no qualificatório sul-americano, com sete pontos conquistados em quatro jogos.

Com a ampliação no número de participantes da Copa-2026, que contará com a presença de 48 países, os seis primeiros colocados das eliminatórias da Conmebol vão ao Mundial. A sétima melhor equipe do continente ainda ganha uma segunda chance de classificação e participa da repescagem global.

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