Falta de dinheiro pode 'melar' venda de clube inglês para dono do Vasco
Quase três meses depois de anunciar a compra do Everton, o fundo de investimentos norte-americano 777 Partners, que é dono da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Vasco, ainda não conseguiu levantar o dinheiro para completar o negócio.
A empresa prometeu pagar ao iraniano Farhad Moshiri um total de 550 milhões de libras (R$ 2,9 bilhões) pelo controle acionário (94,1% de participação) do tradicional clube da Inglaterra. Só que agora há dúvidas se a transação realmente sairá do papel.
Além de transferir o dinheiro para a conta do atual proprietário, a 777 Partners precisa convencer também três instituições diferentes (Premier League, Federação Inglesa de Futebol e um órgão fiscal do governo do Reino Unido) de que possui recursos suficientes para administrar um time da primeira divisão local.
Falta dinheiro
Antes mesmo do anúncio da aquisição do Everton, a 777 Partners já era vista com desconfiança na Inglaterra.
Classificação e jogos
Em julho, uma reportagem da revista norueguesa "Josimar Football" apresentou um depoimento anônimo de um ex-funcionário do fundo afirmando que ele não é tão capitalizado assim e sempre se utiliza do mesmo aporte inicial como garantia para todas as aquisições que faz.
O próprio Vasco já teve problemas para receber o aporte prometido pelo seu proprietário. Em outubro, a empresa norte-americana correu o risco de perder o controle do futebol do clube porque atrasou em um mês o repasse de R$ 110 milhões previstos no contrato de venda da SAF.
Para tentar levantar o capital necessário para viabilizar a compra do Everton, a maior empreitada do grupo até o momento, a 777 Partners chegou a procurar bilionários que já são credores do clube inglês (por conta de empréstimos anteriores) e lhes ofereceu ações em troca de injeção de dinheiro.
Só que a resposta dos possíveis investidores foi negativa, o que aumentou os rumores de que o negócio talvez nunca se concretize.
Além da situação ainda indefinida do Everton, a 777 Partners é acionista majoritária de outros seis clubes: Vasco, Genoa, Hertha Berlim, Red Star (França), Standard Liège e Melbourne Victory. Nenhum deles tem brigado por títulos em campeonatos de primeira divisão. O fundo também tem uma pequena participação no Sevilla, mas sem direito a controle dos rumos do time.
A crise do Everton
Com a saúde financeira debilitada por conta de anos de administração ruim e do pesado investimento feito na construção de um novo estádio, o Everton foi punido no mês passado com a perda de dez pontos no Campeonato Inglês por desrespeitar regras do Fair Play Financeiro da Premier League.
A sanção foi aplicada porque o clube registrou um prejuízo de 124,5 milhões de libras (R$ 665 milhões) na soma de três temporadas consecutivas, acima do teto de perdas de 105 milhões de libras (R$ 561 milhões) estabelecido pela entidade.
Desde então, torcedores do Everton têm realizado vários protestos contra o órgão que organiza a primeira divisão inglesa. A principal reclamação está relacionada ao fato de processos de possíveis violações das regras financeiras envolvendo Chelsea e Manchester City estarem sendo analisados há anos, ainda sem nenhuma decisão (punição).
Pelo menos no campo...
Apesar da recente perda de pontos, do caos econômico no qual está metido e da nebulosidade que paira sobre seu futuro, o Everton vive um bom momento dentro de campo.
Newsletter
OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Quero receberA equipe de Liverpool venceu cinco das últimas oito partidas que disputou (Bournemouth, West Ham, Burnley, Crystal Palace e Nottingham Forest) e estaria em uma confortável 12ª colocação se não fosse a punição imposta pela Premier League.
Graças a essa sequência de bons resultados, o time dirigido por Sean Dyche tem a chance de sair da zona de rebaixamento já na próxima rodada do Inglês. Caso vença o Newcastle, na quinta-feira, chegará a 10 pontos e poderá ultrapassar o Luton Town, deixando para trás o grupo do descenso.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.