Rafael Reis

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Fifa 'rasga regulamento', e Messi pode ganhar dois The Best pela mesma Copa

O que Lionel Messi fez de tão relevante assim entre os dias 19 de dezembro de 2022 e 20 de agosto deste ano?

O craque argentino conquistou, sem muito protagonismo, um título de Campeonato Francês (nada mais que uma mera obrigação para o Paris Saint-Germain), faturou a Copa da Liga dos Estados Unidos com o Inter Miami e brilhou em um par de outros jogos no soccer norte-americano.

Ou seja, nada que justifique que seu nome esteja na lista de três finalistas do The Best, a eleição de melhor jogador do mundo organizada pela Fifa, divulgada hoje.

Não precisa ser nenhum gênio para perceber que Messi foi indicado para enfrentar Erling Haaland (Manchester City) e Kylian Mbappé (Paris Saint-Germain) pelo que fez na última Copa do Mundo, encerrada um dia antes do período que deveria ser analisado para a nova edição do prêmio.

A questão é que o camisa 10 já ganhou um troféu de melhor do mundo do The Best, em janeiro, por ter levado a Argentina ao tricampeonato mundial no Qatar-2022.

As mudanças de regulamento na eleição da Fifa (que resolveu entregar um prêmio pela performance de um ano e meio, na temporada passada, e agora vai premiar alguém pelo que fez em campo durante apenas oito meses) bagunçaram a cabeça do colégio eleitoral.

Assim, não será nenhuma surpresa se Messi ganhar duas edições do The Best pela análise do mesmo conjunto de partidas, aquelas sete jogadas entre novembro e dezembro que lhe deram o título com que tanto sonhava.

E o efeito Copa não impulsionou apenas o craque do Inter Miami. Mesmo a indicação de Mbappé é altamente questionável se consideramos apenas o período que deveria ter sido levado em conta na premiação.

Vale lembrar que o francês não conseguiu levar o PSG além das oitavas de final da última Liga dos Campeões da Europa, a competição mais importante do primeiro semestre de 2023. Ah, mas ele fez três gols na final da Copa do Mundo...

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O espanhol Rodri (Manchester City), o brasileiro Vinícius Júnior (Real Madrid), o nigeriano Victor Osimhen (Napoli) e até mesmo o argentino Lautaro Martínez (Inter de Milão) seriam nomes mais justos na lista dos finalistas que Mbappé e Messi.

Dos três finalistas do prêmio de melhor do planeta, o único que realmente foi indicado pelo que fez nos meses indicados pelo regulamento é Haaland, vencedor e artilheiro da última Champions pelo City.

E uma possível vitória do norueguês é o único resultado com potencial para amenizar um pouco o vexame protagonizado pela Fifa e não transformar definitivamente o The Best em uma piada de mau gosto.

O evento que premiará os melhores jogadores da reta final da temporada passada será realizado no dia 15 de janeiro, em Londres.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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