Rafael Reis

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Arábia Saudita cogita Copa-2034 entre junho e julho e com jogos a 50ºC

Ao contrário do que fez o Qatar, a Arábia Saudita está disposta a seguir a tradição da Copa do Mundo e realizar a edição de 2034 do torneio no período mais habitual, entre os meses de junho e julho.

De acordo com o ministro do esporte do país asiático, príncipe Abdulaziz bin Turki Al-Faisal, o comitê organizador está estudando a possibilidade de a competição ser jogada entre o fim da primavera e o começo do verão, época do ano em que já foram registradas temperaturas acima de 50ºC por lá.

A preocupação saudita é que deslocar o Mundial para um outro período possa prejudicar o movimento de turistas, já que especialmente os europeus estão acostumados a saírem de férias e viajarem nos meses tradicionais da disputa do torneio.

É possível?

A revelação de que a Copa-2034 pode ser jogada entre junho e julho, ou seja, sem interferência no calendário já pré-estabelecido do futebol, foi feita por Al-Faisal durante uma rara entrevista à rede britânica BBC.

Quando questionado sobre como seria mais um Mundial disputado fora do seu período tradicional, o príncipe respondeu: "Por que não podemos ver se é possível fazê-lo no verão?"

Em Riad, capital saudita, há uma diferença de 8ºC entre as médias de temperatura máxima em junho (40ºC) e novembro (32ºC). Só que os dias mais acalorados podem ultrapassar bastante essas marcas, especialmente no verão, e gerar um calor bem extremo.

Como foi no Qatar?

Vizinho da Arábia e com clima bastante semelhante ao saudita, o Qatar resolveu fugir do calor mais intenso e realizou o Mundial que sediou, no ano passado, já no finalzinho do outono no Hemisfério Norte.

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A competição teve seu pontapé inicial no dia 20 de novembro e foi até 18 de dezembro. Com isso, poucos jogos foram realizados com temperaturas na casa dos 30ºC.

Mesmo assim, as arenas utilizadas durante a primeira Copa jogada no Oriente Médico contavam com sistema de refrigeração para tornar o ambiente mais fresco para os torcedores nas arquibancadas e até mesmo os jogadores dentro de campo.

Arranjo pela Arábia

A escolha da Arábia Saudita como país-organizador da Copa do Mundo-2034 foi fruto de um arranjo político orquestrado pela Fifa e provocou muitas críticas na opinião pública internacional.

Originalmente, a entidade tinha em mãos três candidaturas diferentes para sediar os Mundiais de 2030 e 2034: uma ibero-marroquina, outra sul-americana e a da nação mais populosa do Oriente Médio.

A forma encontrada pela Fifa para resolver essa equação sem necessidade de uma eleição foi fundir as duas primeiras candidaturas e espalhar os jogos da "Copa do centenário" por seis países diferentes: Portugal, Espanha, Marrocos, Argentina, Paraguai e Uruguai (os três últimos, com uma partida cada) e deixar a edição seguinte nas mãos sauditas.

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A Arábia é hoje a principal aliada política do presidente Gianni Infantino. É sua federação nacional quem tem apresentado oficialmente as propostas mais alinhadas à plataforma do mandatário (como a ideia de realizar a Copa a cada dois anos, que não vingou). Por coincidência (ou não), os sauditas também ganharam o direito de sediar o recém-encerrado Mundial de Clubes.

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