Rafael Reis

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Por que o PSG mudou de política e gastou R$ 213 mi com Beraldo e Moscardo?

A decisão do Paris Saint-Germain de gastar 40 milhões de euros (R$ 213 milhões) em dois jovens brasileiros ainda em início de carreira na janela de transferências de janeiro mostra bem a transformação radical na política de contratações do clube francês.

O zagueiro Lucas Beraldo (São Paulo) e o volante Gabriel Moscardo (Corinthians) são as primeiras apostas buscadas pela equipe parisiense fora do cenário europeu em um período de sete anos.

A última vez que o PSG havia se reforçado com um garoto ainda sem experiência na elite do futebol do Velho Continente fora em janeiro de 2017, quando tirou o meia Giovani Lo Celso do Rosario Central, da Argentina.

Era das estrelas ficou para trás

Ao longo das últimas temporadas, os franceses deixaram um pouco de lado o monitoramento de jovens promessas de outros continentes para focar na construção de um elenco cheio de estrelas.

A estratégia, financiada pelo dinheiro do governo do Qatar, levou ao Parc-des-Princes nomes do porte de Lionel Messi, Neymar e Sergio Ramos e fez o clube estabelecer uma inédita hegemonia no futebol francês.

No entanto, foi incapaz de dar ao clube o tão sonhado troféu da Liga dos Campeões da Europa. E, por isso, acabou abandonada.

Desde a contratação do português Luís Campos para o cargo de diretor de futebol, um ano e meio atrás, o PSG tem investido cada vez menos em estrelas já consolidadas e priorizado a contratação de jovens com boa margem de evolução, como Beraldo e Moscardo.

Negócios em detalhes

O acordo entre PSG e São Paulo por Beraldo foi fechado na semana passada. O clube brasileiro receberá 60% dos 20 milhões de euros (R$ 106,5 milhões) do negócio, já que o restante dos direitos econômicos está dividido entre o XV de Piracicaba e o próprio jogador.

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Já para ter Moscardo, a equipe francesa também desembolsará 20 milhões de euros (R$ 106,5 milhões). No entanto, o contrato apalavrado com o Corinthians prevê também um futuro pagamento extra de até 2 milhões de euros (R$ 10,6 milhões) dependendo dos objetivos alcançados.

Os dois novos reforços do PSG ainda não foram anunciados porque precisam primeiro passar por exames médicos e pela assinatura do contrato. Além disso, a janela de transferências na França só abre depois da virada do ano.

Domínio local, susto continental

A primeira metade da temporada do PSG foi relativamente tranquila no cenário nacional, mas bastante turbulenta no âmbito continental.

Na Ligue 1, o time de Kylian Mbappé já conseguiu abrir cinco pontos de vantagem para o Nice, segundo colocado, e está construindo um caminho natural para o seu 12º título de primeira divisão (o décimo desde o início do "projeto Qatar").

Já na Champions, os parisienses só descolaram a vaga para as oitavas de final na última rodada da fase classificatória e, ainda assim, graças aos critérios de desempate (bateu o Milan no confronto direto). Segunda colocada do Grupo F, a equipe francesa encarará a Real Sociedad na abertura dos mata-matas, em fevereiro.

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Mas o primeiro compromisso do PSG após a pausa para as festas de fim de ano será a Supercopa da França, quarta-feira, contra o Toulouse. Pelo francês, os comandados de Luis Enrique só retornam a campo no dia 14, para enfrentar o Lens, fora de casa.

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