Como Brighton dá 'chapéu' em brasileiros e leva joias da América do Sul
Por 9,2 milhões de euros (R$ 49,6 milhões), o Brighton contratou o lateral esquerdo e meia-atacante Valentín Barco, de 19 anos, destaque individual do Boca Juniors no vice-campeonato da última Libertadores e uma das maiores promessas do futebol argentino.
O preço pago pelos ingleses não é proibitivo para os clubes mais poderosos do Brasil. Flamengo, Corinthians e Palmeiras já gastaram mais que isso com um único reforço. Internacional e São Paulo também fizeram contratações desse patamar econômico.
Mesmo assim, nenhum deles foi capaz de atravessar o negócio que mandou Barco para a Premier League.
E essa nem foi a primeira vez que o Brighton contratou uma jovem promessa sul-americana que poderia tranquilamente atuar no futebol mais rico do continente antes de ir para a Europa. Pelo contrário, isso tem acontecido "toda hora".
Classificação e jogos
Febre sul-americana
O Brighton tem se notabilizado no cenário internacional justamente pela capacidade ímpar de identificar jovens talentos nos outros países da América do Sul (antes dos gigantes europeus e até mesmo dos vizinhos brasileiros) e levá-los sem precisar gastar muito para a elite do futebol mundial.
Nos últimos seis anos, o clube buscou do lado de cá do Oceano Atlântico os argentinos Alexis Mac Allister e Facundo Buonanotte, os equatorianos Moisés Caicedo e Billy Arce e o paraguaio Julio Encisco, além de Barco. Nenhum deles custou mais que 11 milhões de euros (R$ 59,3 milhões).
Além do ganho esportivo de um time que não para de crescer na Inglaterra, essa aposta também está rendendo muito dinheiro ao Brighton. Só com as vendas de Caicedo (Chelsea) e Mac Allister (Liverpool), ele faturou 158 milhões de euros (852,2 milhões).
Departamento de inteligência
O Brighton só consegue chegar antes nos jogadores com potencial para "explodir" dentro de algumas temporadas e, assim contratá-los por valores não muito altos, porque tem um departamento de observação de jogadores de fazer inveja.
Os scouts do clube têm uma filosofia muito bem definida: priorizar atletas de idade baixa e oriundos de mercados menos valorizados. A intenção é encher o elenco de nomes que possam encher os cofres em futuras revendas.
E, dentro desse modelo de negócios, a América do Sul é prioridade. E a prova disso é que o Brighton já mandou antigos responsáveis pelo monitoramento de jogadores ao continente não para realizar negócios, mas apenas para estudar o mercado local e acumular conhecimento para futuras oportunidades... que não param de aparecer.
Time da moda
Apesar de ter ficado mais de 30 anos afastado da primeira divisão inglesa e de só ter retornado à elite em 2017/18, o Brighton conseguiu nos últimos tempos se transformar em uma das maiores forças ascendentes da Premier League.
Na última temporada, o time da cidade de mesmo nome estabeleceu simplesmente a melhor campanha de toda sua história e terminou a competição na sexta posição, à frente de Tottenham, Chelsea e Aston Villa.
Neste ano, tem se mantido mais ou menos no mesmo patamar. Com direito a vitórias sobre Newcastle, Manchester United e Tottenham, o time dirigido pelo italiano Roberto de Zerbi está na sétima posição do Inglês.
Newsletter
OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Quero receberSeu próximo compromisso na Premier League será contra o Luton Town, fora de casa, no dia 30. Antes, neste sábado, visita o Sheffield United, pela quarta rodada da FA Cup, a Copa da Inglaterra.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.