Rafael Reis

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Como Brighton dá 'chapéu' em brasileiros e leva joias da América do Sul

Por 9,2 milhões de euros (R$ 49,6 milhões), o Brighton contratou o lateral esquerdo e meia-atacante Valentín Barco, de 19 anos, destaque individual do Boca Juniors no vice-campeonato da última Libertadores e uma das maiores promessas do futebol argentino.

O preço pago pelos ingleses não é proibitivo para os clubes mais poderosos do Brasil. Flamengo, Corinthians e Palmeiras já gastaram mais que isso com um único reforço. Internacional e São Paulo também fizeram contratações desse patamar econômico.

Mesmo assim, nenhum deles foi capaz de atravessar o negócio que mandou Barco para a Premier League.

E essa nem foi a primeira vez que o Brighton contratou uma jovem promessa sul-americana que poderia tranquilamente atuar no futebol mais rico do continente antes de ir para a Europa. Pelo contrário, isso tem acontecido "toda hora".

Febre sul-americana

O Brighton tem se notabilizado no cenário internacional justamente pela capacidade ímpar de identificar jovens talentos nos outros países da América do Sul (antes dos gigantes europeus e até mesmo dos vizinhos brasileiros) e levá-los sem precisar gastar muito para a elite do futebol mundial.

Nos últimos seis anos, o clube buscou do lado de cá do Oceano Atlântico os argentinos Alexis Mac Allister e Facundo Buonanotte, os equatorianos Moisés Caicedo e Billy Arce e o paraguaio Julio Encisco, além de Barco. Nenhum deles custou mais que 11 milhões de euros (R$ 59,3 milhões).

Além do ganho esportivo de um time que não para de crescer na Inglaterra, essa aposta também está rendendo muito dinheiro ao Brighton. Só com as vendas de Caicedo (Chelsea) e Mac Allister (Liverpool), ele faturou 158 milhões de euros (852,2 milhões).

Departamento de inteligência

O Brighton só consegue chegar antes nos jogadores com potencial para "explodir" dentro de algumas temporadas e, assim contratá-los por valores não muito altos, porque tem um departamento de observação de jogadores de fazer inveja.

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Os scouts do clube têm uma filosofia muito bem definida: priorizar atletas de idade baixa e oriundos de mercados menos valorizados. A intenção é encher o elenco de nomes que possam encher os cofres em futuras revendas.

E, dentro desse modelo de negócios, a América do Sul é prioridade. E a prova disso é que o Brighton já mandou antigos responsáveis pelo monitoramento de jogadores ao continente não para realizar negócios, mas apenas para estudar o mercado local e acumular conhecimento para futuras oportunidades... que não param de aparecer.

Time da moda

Apesar de ter ficado mais de 30 anos afastado da primeira divisão inglesa e de só ter retornado à elite em 2017/18, o Brighton conseguiu nos últimos tempos se transformar em uma das maiores forças ascendentes da Premier League.

Na última temporada, o time da cidade de mesmo nome estabeleceu simplesmente a melhor campanha de toda sua história e terminou a competição na sexta posição, à frente de Tottenham, Chelsea e Aston Villa.

Neste ano, tem se mantido mais ou menos no mesmo patamar. Com direito a vitórias sobre Newcastle, Manchester United e Tottenham, o time dirigido pelo italiano Roberto de Zerbi está na sétima posição do Inglês.

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Seu próximo compromisso na Premier League será contra o Luton Town, fora de casa, no dia 30. Antes, neste sábado, visita o Sheffield United, pela quarta rodada da FA Cup, a Copa da Inglaterra.

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