Rafael Reis

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Por que maior aposta argentina pós-Messi custou menos que Beraldo e Artur?

Tratado na Argentina como a maior promessa do país desde o surgimento de Lionel Messi, duas décadas atrás, o meia-atacante Claudio Echeverri será jogador do Manchester City a partir de janeiro de 2025.

O atual campeão inglês e da Champions anunciou na última semana a contratação do jovem de 18 anos e também que ele permanecerá emprestado ao River Plate, seu clube formador, até o final deste ano.

O que chamou a atenção foram os valores do negócio. Para ficar com os direitos econômicos de "El Diablito", como o garoto é conhecido em sua terra natal, o Grupo City precisará desembolsar apenas 14,5 milhões de euros (R$ 77,4 milhões).

Por que tão pouco?

Só na atual janela de transferências, os clubes brasileiros realizaram cinco vendas para o exterior que superaram o valor da transação de Echeverri: Vitor Roque (Barcelona), Gabriel Moscardo e Lucas Beraldo (PSG), Marcos Leonardo (Benfica) e Artur (Zenit São Petersburgo).

Só a saída de Vitor Roque do Athletico-PR rumo ao Barça movimentou 40 milhões de euros (R$ 213,6 milhões), quase o triplo do valor que será gasto pelo City.

A diferença de preço não significa necessariamente que todos esses brasileiros jogam mais bola (e têm potencial maior) do que a promessa argentina. Ela está muito mais relacionada com a situação econômica dos clubes dos dois países.

Basicamente, Echeverri sairá da Argentina por menos de 15 milhões de euros (R$ 80 milhões) porque esse o River aceitou vendê-lo pelo preço mínimo.

Se estivesse melhor financeiramente (como estão os brasileiros, hoje dominantes na América do Sul), o time de Buenos Aires poderia bater o pé e exigir uma indenização mais alta, que provavelmente seria paga pelo City ou por outro gigante da Europa.

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Quem é Echeverri?

Jogador do River desde que tinha 11 anos, Echeverri sempre foi tratado como um fenômeno na base do clube e estreou como profissional em junho passado, aos 17 anos, cinco meses e 21 dias.

Devido à pouca idade, o meia-atacante só disputou até o momento seis partidas pela equipe millonaria e ainda não balançou as redes. Mas, mesmo tendo sido aproveitado em menos de 160 minutos, o dono da camisa 19 já distribuiu uma assistência.

Echeverri foi um dos destaques individuais do último Mundial sub-17, jogado no ano passado, e teve uma atuação de gala no clássico contra o Brasil (fez os três gols da vitória por 3 a 0), nas quartas de final. Atualmente, ele está com a equipe sub-23 no Pré-Olímpico da Venezuela.

O apelido de "Diablito" é uma referência a Marco "El Diablo" Etcheverry, lenda do futebol sul-americano na década de 1990 que conseguiu classificar a Bolívia para uma Copa do Mundo. Apesar dos sobrenomes parecidos, eles não são parentes.

Quero ser tetra

Vencedor das três últimas edições da Premier League, o futuro time de Echeverri pode se transformar nesta temporada no primeiro clube em toda a história a emendar quatro títulos consecutivos do Campeonato Inglês.

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A equipe dirigida por Pep Guardiola ocupa no momento a vice-liderança da competição, com cinco pontos a menos que o Liverpool (48 a 43). No entanto, essa diferença pode cair para apenas dois pontos, já que ela possui uma partida a menos que o primeiro colocado.

O City volta a campo pela primeira divisão inglesa na quarta-feira, quando recebe o Burnley. No mesmo dia, os Reds têm um compromisso em tese bem mais complicado: o clássico contra o Chelsea.

O time do uniforme azul celeste também está vivo na Liga dos Campeões da Europa e terá o Copenhague como adversário nas oitavas de final. O mata-mata contra os dinamarqueses será realizado nos dias 13 de fevereiro e 6 de março.

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