Briga de ídolo e despedida: por que Napoli murchou após título histórico?

Mas por que a equipe que encantou a Europa na temporada passada caiu tanto de produção em tão pouco tempo, apesar de ter mantido praticamente o mesmo elenco? Há pelo menos três motivos que explicam esse declínio.

Técnico deu no pé

A mais expressiva baixa napolitana para a defesa do título foi Luciano Spalletti. O técnico, que dirigia o time desde 2021 e era adepto de um futebol ofensivo e envolvente, resolveu abdicar do cargo logo após a conquista com intenção de tirar um ano sabático.

Só que essas férias duraram bem pouco. Em agosto, ou seja, logo depois do início da nova temporada, o treinador já estava de emprego novo. Com a demissão de Roberto Mancini, foi ele o escolhido para dirigir a seleção italiana e tentar levar a Azzurra de volta a uma Copa do Mundo depois de duas edições ausente.

Sem Spalletti, o Napoli perdeu identidade e ficou meio que sem saber como agir. Seu substituto, o francês Rudi Garcia (ex-Lille e Roma), só durou apenas até novembro. Desde então, a equipe está nas mãos de Walter Mazzarri, que já havia passado pelo clube entre 2009 e 2013.

Artilheiro em pé de guerra

Goleador do último Italiano e principal jogador do Napoli na campanha do título, o centroavante nigeriano Victor Osimhen passou os últimos meses em pé de guerra com a diretoria do clube.

As desavenças começaram durante as conversas para a renovação do contrato do artilheiro, durante o período de pré-temporada.

Em setembro, quando o clima de guerra imperava entre as duas partes, o perfil oficial do Napoli no TikTok publicou um vídeo ironizando o centroavante por conta de um pênalti perdido, o que ampliou a revolta de Osimhen.

No fim, o camisa 9 acabou renovando com o Napoli. Mas, de acordo com diferentes veículos da imprensa italiana, o acordo só foi selado porque o presidente Aurelio de Laurentiis se comprometeu a negociar o jogador antes do fim do vínculo (junho de 2026), possivelmente já na próxima janela.

Craque de uma temporada só

Coprotagonista do Napoli no fim do jejum no Calcio, o meia-atacante georgiano Khvicha Kvaratskhelia teve uma violenta queda de produção depois da conquista, o que tem feito muita gente questionar se ele não era um "craque de uma temporada" só.

Depois de marcar 14 gols e distribuir nada menos que 17 assistências na temporada passada, Kvaradona, como é chamado pela torcida napolitana em referência ao ídolo máximo do clube, Maradona, soma só seis gols e cinco passes perfeitos em 2023/24.

Na atual temporada, o georgiano também passou em branco durante toda a fase de grupos da Champions e nada produziu nos confrontos diretos contra os três clubes mais poderosos da Itália (Milan, Inter de Milão e Juventus), ou seja, nos jogos em que seu time mais precisava dele.