Rafael Reis

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Por que quase ninguém em Portugal conhece o técnico luso do Corinthians?

Se você perguntar a um português que gosta de futebol se ele conhece António Oliveira, o novo técnico do Corinthians, provavelmente ouvirá algo na linha de "é claro, só não sabia que ele havia voltado a atuar como treinador".

Só que essa resposta estará errada. Afinal, o António Oliveira que o clube paulista contratou para tentar afastar o risco de rebaixamento no Campeonato Paulista e consertar a casa ainda neste começo de temporada não é o ídolo histórico do Benfica, mas sim seu filho.

Ao contrário do pai, que atualmente trabalha como comentarista na televisão, António, o filho, é pouco conhecido em seu país natal. Afinal, teve uma carreira pouco expressiva como jogador e nenhum trabalho relevante nos bancos de reservas lusos.

Filho do pai

Por conta do pai famoso, o novo técnico do Corinthians ingressou bem cedo nas categorias de base do Benfica (oito anos) e por lá ficou durante todo o seu período de formação como jogador.

Só que António Oliveira jamais conseguiu jogar no time principal dos Encarnados e defendeu apenas a equipe B do clube. Aliás, durante toda a carreira, que incluiu também passagens por Braga B, Santa Clara, Casa Pia, Oriental e Fabril do Barreiro, o então zagueiro não disputou sequer uma partida da primeira divisão lusa.

Formado em educação física, ele se aposentou dos gramados aos 29 anos e passou a trabalhar como auxiliar do pai no futebol iraniano. Depois, foi para Eslovênia e Kuwait. Ele chegou ao Brasil em 2020, para ser assistente de Jesualdo Ferreira no Santos e aqui se firmou como técnico principal (Athletico-PR, Cuiabá e Coritiba).

Sua experiência como treinador em Portugal limita-se aos cinco meses e 18 jogos em que dirigiu o Benfica B no primeiro semestre de 2022.

Pai do filho

Muito mais conhecido em Portugal que o filho, Toni passou 13 temporadas defendendo o Benfica, seis delas como capitão. Entre 1968 e 1981, ele disputou 395 partidas com a tradicional camisa vermelha e conquistou 12 títulos (oito do campeonato nacional).

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Já como treinador, dirigiu o clube de Lisboa em três oportunidades (entre 1987 e 1989, de 1992 a 1994 e entre 2000 e 2002) e faturou mais duas edições da liga. Também comandou Bordeaux, Sevilla e Al-Ahly. Seu último trabalho antes de migrar para TV foi no Kuwait, de onde se despediu em 2019.

O nome António Oliveira nos bancos de reservas lusos remete ainda a um terceiro treinador, que não tem nenhum grau de parentesco com os demais e que comandou a seleção portuguesa na Eurocopa-1996 e na Copa do Mundo-2002. Assim como Toni, ele também já abandonou a carreira e virou comentarista.

Novo Abel?

O fato de não ser um técnico português dos mais conhecidos tem feito o novo comandante do Corinthians ser comparado nas redes sociais a Abel Ferreira, que também tinha um currículo pouco extenso quando foi contratado pelo Palmeiras.

Mas, ainda que não tivesse a fama de um José Mourinho, Jorge Jesus ou André Villas-Boas, Abel já era uma figura bem mais expressiva do que António no cenário português.

Para começar, o hoje técnico do Palmeiras foi durante cinco temporadas o dono da lateral direita do Sporting, um dos grandes do futebol luso. Além disso, chegou a ser convocado para a seleção enquanto jogador.

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Já como técnico, Abel teve uma experiência de dois anos à frente do Braga, a quarta força do futebol português, e quebrou o recorde de pontos do clube em uma única temporada (75, em 2017/18).

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