Rafael Reis

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Haaland é inglês? Entenda como rival do Brasil perdeu o artilheiro do City

Bukayo Saka, Harry Kane e Phil Foden. O ataque titular da Inglaterra, primeira adversária da seleção brasileira sob comando do técnico Dorival Júnior, é dos mais badalados e admirados de todo planeta.

Mas o sistema ofensivo do país onde nasceu o futebol poderia ser ainda mais estrelado. Afinal, Erling Haaland, um dos artilheiros da Liga dos Campeões da Europa nesta temporada e segundo colocado nos prêmios de melhor jogador do mundo do ano passado, só não joga pelo English Team porque não quer.

Muita gente não sabe, mas o centroavante do Manchester City nasceu na Inglaterra e tinha todos os requisitos necessários para vestir as cores do rival deste sábado do Brasil. Mas não foi esse o caminho que ele escolheu. Em vez de assumir a cidadania inglesa nos gramados, o goleador optou por defender a Noruega.

Sangue norueguês

O artilheiro da Premier League e da Champions nasceu em Leeds enquanto seu pai, o volante e lateral direito Alf-Inge Haaland, jogava no clube que leva o nome da cidade localizada no norte da Inglaterra.

O futuro astro do futebol continuou morando na Inglaterra até 2003, quando Haaland pai não conseguiu se recuperar adequadamente de uma grave lesão no joelho e encerrou precocemente sua carreira na Premier League.

Foi aí que toda a família se mudou de volta para a Noruega, terra de Al-Inger e também de Gry Marita Braut, ex-campeã nacional de heptatlo que é a mãe do centroavante. Haaland permaneceu na Escandinávia até os 19 anos, quando foi para a Áustria jogar pelo Red Bull Salzburg.

Convocado pela Noruega desde a categoria sub-15, só foi descoberto pela Inglaterra quando já tinha uma carreira consolidada na terra dos seus antepassados e não considerava a ideia de uma troca de cidadania futebolística. Em 2019, estreou pela seleção adulta e enterrou de vez a possibilidade de jogar pelo país onde nasceu.

Sem Copa, sem Euro

A decisão de jogar pelo país onde cresceu, e não naquele em que nasceu, tem custado a Haaland o direito de participar das competições de maior prestígio do calendário de seleções, como Copa do Mundo e Eurocopa.

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Apesar de atualmente contar com uma geração acima da sua média histórica (também tem o meia Martin Odegaard, do Arsenal, o zagueiro Leo Ostigard, do Napoli, e o jovem meia-atacante Oscar Bobb, companheiro do artilheiro no City), a Noruega continua presa ao seu tabu de não se classificar para a fase final desses torneios há mais de duas décadas, desde a Euro-2000.

Mas a culpa não é de Haaland. Apesar de ainda ter 23 anos e não ter alcançado nem a marca de 30 jogos pela seleção, o atacante já é o segundo maior artilheiro da história norueguesa, com 27 gols, seis a menos que o recordista, Jorgen Juve.

Teste para Copa América e eliminatórias

Os compromissos contra Inglaterra e Espanha, duas das principais potências europeias logo no início da "era Dorival", servem como uma espécie de preparação de luxo (ainda que perigosa) da seleção para seus dois principais objetivos de 2024.

Em junho, o Brasil vai aos Estados Unidos disputar uma edição especial da Copa América, que contará também com a participação de países da Concacaf. A equipe canarinho está no Grupo D e terá Colômbia, Paraguai e Honduras ou Costa Rica como adversários na primeira fase.

Depois, em setembro, retoma, em rodada dupla contra Equador e Paraguai, a corrida pela classificação para a Copa-2026. Por enquanto, os pentacampeões ocupam apenas a sexta posição das eliminatórias, a última que dá vaga direta para o torneio mais importante do calendário quadrienal do futebol.

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