Rafael Reis

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Reportagem

Quem é a jogadora que largou o futebol para virar estrela de 'Telecatch'?

Até pouco tempo atrás, Jade Gentile tinha como sonhos construir uma carreira sólida no futebol, conseguir jogar em um campeonato nacional mais estruturado do que o da Islândia e quem sabe até algum dia defender a seleção norte-americana em uma Copa do Mundo ou Jogos Olímpicos.

Mas hoje suas metas são completamente diferentes. Ela quer sair dos seus dias de trabalho com o mínimo de arranhões e hematomas possível, distribuir acrobáticos e precisos golpes em suas adversárias, divertir um público sedento por ação e históricas pitorescas e talvez até conquistar um cinturão.

A ex-atacante da Universidade de West Virginia e do islandês UMF Afturelding já não passa mais seus dias nos gramados de um campo de futebol. Seu local de trabalho agora é o octógono do WWE, aquela luta livre profissional cheia de personagens caricatos e combates devidamente ensaiados que no Brasil ficou conhecido como "Telecatch".

Novos ares

Decepcionada com as poucas oportunidades de ascensão profissional que tinha no futebol, Jade decidiu mudar de ares dois anos atrás. Em 2022, ela se inscreveu no NXT WWE, um programa de desenvolvimento de novas "lutadoras/artistas" da empresa promotora de lutas.

Aprovada de primeira, passou o ano passado inteiro se preparando para a estreia na nova carreira.

Agora batizada como Jazmyn Nyx, nome da personagem que irá defender nos ringues, a ex-jogadora profissional teve sua primeira luta transmitida na TV norte-americana e nas plataformas de streaming da WWE no fim do mês passado.

Na luta contra Thea Hail, que terminou em uma (devidamente armada) briga coletiva envolvendo boa parte do elenco feminino da WWE, Jade chegou a aplicar alguns golpes desenvolvidos a partir de movimentos típicos do futebol, como um chute após uma bicicleta, o que deve se tornar sua marca registrada.

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Mesmo ainda no começo da nova carreira, a ex-atleta convertida em lutadora já tem experimentado um crescimento de popularidade.

Atualmente, seu perfil no Instagram já conta com 115 mil seguidores. Para o mercado de celebridades, ainda é pouco. No entanto, esse número já é superior ao de boa parte das jogadoras que disputaram a última Copa do Mundo feminina de futebol, no ano passado.

Ambição financeira

A experiência vivida por Jade está longe de ser única. Mesmo em mercados em que o futebol feminino é mais desenvolvido que no Brasil, é comum vermos jogadoras desistindo da carreira nos gramados por conta dos baixos salários e da escassez de oportunidades.

Um dos casos mais famosos é o da inglesa Madelene Wright, que aproveitou a fama conquistada por conta da repercussão da sua demissão do Charlton (foi pega bebendo champanhe enquanto dirigia com as amigas) para se transformar em uma das mais bem remuneradas produtoras de conteúdo adulto do Reino Unido.

A ex-zagueira norte-americana Deyaris Arai Pérez foi pelo mesmo caminho. Com dificuldades para encontrar um clube para defender depois de duas temporadas jogando no México, ela resolveu dar um tempo no futebol e anunciou a criação de uma conta no OnlyFans.

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