Rafael Reis

Rafael Reis

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

Como um volante virou candidato real aos prêmios de melhor jogador do mundo

Historicamente, os prêmios de melhor jogador do mundo são quase que uma exclusividade de atacantes e, no máximo, meio-campistas de características mais ofensivas.

Mas, na atual temporada, essa tradição pode cair por terra. A cada rodada do Campeonato Inglês e da Liga dos Campeões da Europa, soa menos estranho que a próxima Bola de Ouro ou o troféu do The Best parem nas mãos de um volante.

Aos 27 anos e disputando sua quinta temporada pelo Manchester City, o espanhol Rodri deixou há tempos de ser tratado como um mero coadjuvante. Hoje, ele é responsável direto pelo sucesso da equipe que venceu as três últimas edições da Premier League, é a atual campeã europeia e enfrenta amanhã o Real Madrid, pelas quartas de final da Champions.

Função diferente

Autor do gol que decidiu a última Champions, o volante evidentemente não tem a mesma produção ofensiva de Erling Haaland e Phil Foden, seus companheiros de City, Kylian Mbappé (Paris Saint-Germain), Jude Bellingham ou Vinícius Júnior (Real Madrid), outros candidatos a se consagrarem como melhor do mundo.

Só que essa não é a sua função, pelo menos, não a principal. O negócio de Rodri é fazer a bola girar. E isso o espanhol tem feito com maestria. O camisa 16 do City é o jogador que mais distribui passes tanto na Premier League (média de 105,8 por partida) quanto na Champions (107). E sua taxa de acerto de passes é superior a 90%.

Além disso, de acordo com o "Sofascore", plataforma de inteligência artificial que transforma estatísticas em notas que medem o desempenho de cada jogador, o volante é o grande nome do Inglês (8,05) e o terceiro colocado no ranking do torneio continental (7,92).

Quem já quebrou a tradição?

Em mais de 30 anos de história, as eleições da Fifa (como o The Best) só consagraram dois jogadores com características mais defensivas: o alemão Lothar Matthäus (1990), que foi líbero e meia ao longo da carreira, e o zagueiro italiano Fabio Cannavaro (2006).

Continua após a publicidade

Consideravelmente mais velha, já que foi entregue pela primeira vez em 1956, a Bola de Ouro tem uma diversidade um pouco maior de vencedores e já foi até de um goleiro, o soviético Lev Yashin (1963).

Mas seu último campeão que jogava prioritariamente do meio para trás é exatamente o mesmo dos prêmios da Fifa, Cannavaro. Ou seja, há 18 anos, todos os melhores do mundo são opções do sistema ofensivo dos seus times e seleções.

Sonho do bi?

Após faturar o título inédito da Champions na temporada passada, o City tem agora um objetivo ainda mais ousado: ser o primeiro clube em mais de 40 anos a emendar em edições consecutivas suas duas primeiras conquistas do torneio interclubes número um do planeta.

A última equipe a "perder a virgindade" em um ano e se sagrar bicampeão já na temporada seguinte foi o também inglês Nottingham Forest, que levantou o troféu pela primeira vez em 1978 e repetiu a dose em 1979.

Desde então, somente Milan (1989 e 1990) e Real Madrid (2016, 2017 e 2018) conseguiram conquistar a Europa em temporadas consecutivas. No entanto, ambos já tinham vitórias anteriores antes do início dessas sequências.

Continua após a publicidade

Quartas de final (jogos de ida)

Amanhã, às 16h - Arsenal x Bayern de Munique, na Inglaterra
Amanhã, às 16h - Real Madrid x Manchester City, na Espanha
Quarta, às 16h - Paris Saint-Germain x Barcelona, na França
Quarta, às 16h - Atlético de Madri x Borussia Dortmund, na Espanha

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes