Rafael Reis

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Reportagem

Francês culpa vacina da covid por aposentadoria e processa farmacêuticas

O atacante francês François-Xavier Fumu Tamuzo resolveu processar as farmacêuticas Pfizer e BioNTech por considerar que as vacinas contra covid acabaram com sua carreira no futebol profissional.

O ex-jogador do Laval, da segunda divisão da França, resolveu se aposentar aos 29 anos após passar duas temporadas sem disputar sequer uma partida oficial em decorrência de problemas físicos.

Tamuzo considera que as lesões de joelho e no tendão de Aquiles que o afastaram precocemente dos gramados são um efeito colateral das três doses de vacina que recebeu durante a pandemia do coronavírus. E decidiu levar o caso à Justiça.

A primeira audiência do caso está marcada para o dia 2 de julho, em Paris.

'Meu corpo nunca mais foi o mesmo'

O francês alega que tinha "saúde de ferro" e sofria apenas contusões cotidianas de um atleta profissional até que começou a tomar as vacinas preventivas para covid, em 2021.

Em entrevista ao jornal "Le Parisien", Tamuzo afirmou que começou a emendar problemas no joelho depois que recebeu as duas primeiras doses. Também disse que rompeu o tendão de Aquiles, lesão que o obrigou a fazer duas cirurgias e da qual jamais se recuperou totalmente, pouco depois de ser imunizado pela terceira vez, no ano seguinte.

"Gostaria de entender por que o meu corpo deixou de funcionar normalmente: já não consigo andar por muito tempo e correr tornou-se algo impossível. Sinto dor só de subir ou descer escadas", alegou.

Quem é Tamuzo?

Formado nas categorias de base do Auxerre, Tamuzo foi jogador das seleções de base da França, mas não conseguiu manter esse nível de performance depois que chegou à idade adulta.

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O atacante jamais disputou uma partida da Ligue 1, a elite do futebol francês, e passou a maior parte da carreira se revezando entre a segunda e a terceira divisões locais.

O Auxerre foi o time que ele mais defendeu (59 partidas). Também passou por Quevilly, Béziers, Laval e atuou durante uma temporada no Marítimo, de Portugal.

Sem evidências científicas

Apesar do questionamento jurídico feito por Tamuzo, não há pesquisas científicas que liguem as vacinas da covid a contusões sofridas por jogadores de futebol, especialmente a lesões de articulação, como as enfrentadas pelo atacante.

Durante o período da pandemia, houve uma sobrecarga de jogos com períodos mais curtos de descanso e pré-temporada (devido à anterior paralisação dos campeonatos), o que levou a um crescimento na quantidade de problemas musculares. No entanto, essa situação não se aplica ao males que atingiram o francês.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) ressalta que as vacinas da covid são seguras e recomenda que elas sejam aplicadas em qualquer pessoa a partir dos seis meses de idade.

Reportagem

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