Rafael Reis

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Contra homofobia, jogadores gays prometem se revelar na próxima sexta

A próxima sexta-feira, 17 de maio, Dia Internacional de Combate à Homofobia, pode entrar para a história do futebol por causa de uma revelação em massa de jogadores profissionais que se definem como homossexuais e bissexuais.

De acordo com o jornal "Frankfurter Allgemeine Zeitung", um dos mais importantes da Alemanha, atletas das mais diferentes divisões do país, além de treinadores e árbitros, pretendem aproveitar a simbologia da data para expressarem ao público que se relacionam amorosa e sexualmente com outros homens.

A iniciativa, que visa mostrar ao mundo que profissionais do esporte mais popular do planeta têm a liberdade de exercerem livremente sua orientação sexual, independente de qual seja ela, é de um grupo liderado pelo ex-jogador Marcus Urban, que é homossexual.

O projeto conta com apoio de vários clubes importantes da Alemanha, como o Borussia Dortmund, finalista da Liga dos Campeões da Europa, Stuttgart, Union Berlim, Freiburg e St. Pauli.

O futebol alemão convive há anos com rumores de que alguns dos seus principais jogadores fazem parte da comunidade LGBTQIAPN+.

Três anos atrás, o ex-lateral Philipp Lahm, capitão da seleção que conquistou o tetracampeonato mundial no Brasil-2014, desaconselhou que seus companheiros que sejam gays exponham a sexualidade.

"Falta aceitação tanto no mundo do futebol como na sociedade em geral. Ele [o jogador homossexual] não poderá contar com a maturidade em todos os seus rivais esportivos ou nos estádios onde vai competir", disse o ex-jogador do Bayern de Munique.

Preconceito ainda persiste

Enquanto o futebol feminino já lida com maior naturalidade com casos de atletas integrantes da comunidade LGBTQIAPN+ (Marta e Megan Rapinoe, dois dos nomes mais importantes da história recente da modalidade, relacionam-se com mulheres), a versão masculina do esporte continua mergulhada em um mar de preconceito.

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Poucos são os jogadores homossexuais ou bissexuais que conseguiram peitar o sistema e tornar pública sua orientação sexual.

O francês Olivier Rouyer e o alemão Thomas Hitzlsperger até chegaram a disputar a Copa do Mundo (1978 e 2006, respectivamente), mas só anunciaram a seus fãs a homossexualidade depois de pendurarem as chuteiras para que a declaração não prejudicasse o andamento das suas carreiras.

Esse também foi o comportamento do brasileiro Richarlyson. Chamado de "bicha" pelas mais variadas torcidas durante sua trajetória nos gramados, o ex-São Paulo revelou que é bi em 2022, um ano depois de sua última partida como profissional.

Jogadores que expõem sua sexualidade quando ainda estão em atividade são bem raros, mas bem raros mesmo.

Atualmente, o único jogador cuja homossexualidade é pública que atua em uma liga minimamente relevante no cenário internacional é o lateral-esquerdo australiano Josh Cavallo, do Adelaide United, um dos clubes mais tradicionais do seu país.

O meia norte-americano Collin Martin ainda jogou mais algum tempinho na MLS (Major League Soccer) depois de expor sua orientação sexual, em 2017. Atualmente, aos 29 anos, ele atua na USL, uma espécie de segunda divisão do futebol nos EUA.

Reportagem

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