Jardine brilha no 'Flamengo do México' e pode quebrar tabu dos anos 1980
O clube mais popular do México pode conquistar neste fim de semana seu segundo título nacional consecutivo, algo que não acontece desde a década de 1980. E o responsável pelo possível feito histórico é um treinador brasileiro.
No primeiro semestre à frente do América, André Jardine tirou o time de uma fila de cinco anos. E agora, no segundo, fez a melhor campanha da fase de classificação do Campeonato Mexicano e chega à decisão como favorito ao bi.
A equipe dirigida pelo ex-comandante do São Paulo e da seleção olímpica abre a final da Liga MX, hoje, a partir das 23h (de Brasília), na casa do Cruz Azul. No domingo, o mando de campo se inverte, e os comandados do brasileiro terão a seu lado um estádio Azteca certamente abarrotado de torcedores.
Mudança de rota
Com apenas uma experiência à frente de um time adulto no futebol brasileiro (passou três meses comandando o São Paulo na virada de 2018 para 2019), Jardine encontrou espaço para evoluir na carreira longe do seu país.
Depois de dirigir a seleção sub-23 na conquista do bicampeonato olímpico nos Jogos de Tóquio, em 2021, o técnico voltou a trabalhar na equipe sub-20 da CBF. Mas, antes mesmo de fazer a primeira convocação do novo ciclo, jogou tudo para o alto e se mandou para o México.
Jardine ficou um ano e meio à frente do Atlético San Luis, clube que tem o Atlético de Madri como acionista majoritário e que funciona como uma espécie de filial dos espanhóis no continente americano.
O brasileiro obteve aqueles que até então foram os melhores resultados do clube em sua curta história (foi fundado em 2013) e o classificou duas vezes para a fase final do Mexicano, algo que jamais havia acontecido antes.
As boas campanhas com o San Luis renderam uma promoção das pesadas para Jardine. No meio do ano passado, o técnico foi contratado pelo América, uma espécie de "Flamengo" do México.
O time de Jardine é dono de uma das maiores torcidas do mundo. De acordo com as pesquisas mais recentes, há cerca de 28 milhões de mexicanos que se identificam com os "Águilas" -somente Fla e Corinthians têm mais torcedores dentro do seu próprio país.
Novo salto
Como acontece aqui no Brasil, fazer sucesso no clube mais popular do país também escancara portas no México.
A possibilidade de ser bicampeão nacional com o América transformou Jardine em um candidato natural para assumir o comando da seleção local.
O atual treinador do México, Jaime Lozano, está a menos de um ano no cargo, mas já balança devido a resultados abaixo do esperado (entre eles, ter virado freguês do arquirrival Estados Unidos).
Se a seleção mandar mal na Copa América, que será disputada entre junho e julho, justamente nos EUA, é pouco provável que a comissão técnica seja mantida para a sequência do ciclo do Mundial-2026. E aí, o lobby da imprensa mexicana por Jardine será enorme.
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