Rafael Reis

Rafael Reis

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

'Ameaçado', Super Mundial sofre para levantar dinheiro e já reduz premiação

A ameaça de boicote do Real Madrid ao Super Mundial de Clubes, feita pelo técnico Carlo Ancelotti e posteriormente desmentida pelo clube espanhol, tornou pública uma questão que já vem sendo discutida há algum tempo nos bastidores do futebol: o projeto do novo torneio da Fifa não é tão sólido quanto parece.

A um ano da abertura da primeira edição, prevista para ser disputada nos meses de junho e julho de 2025, nos Estados Unidos, a organização sofre para levantar o dinheiro necessário para se tornar interessante às maiores potências europeias e fazer frente à Liga dos Campeões da Uefa.

Apesar da promessa de reunir vários dos maiores astros do futebol atual, o Super Mundial ainda não conseguiu vender seus direitos de transmissão (há negociações adiantadas com a Apple, é verdade, mas o martelo ainda não foi batido) e nem anunciou nenhum contrato de patrocínio específico. Ou seja, está zerado em receitas.

Vai pagar quanto?

E a Fifa precisa de dinheiro entrando porque convencer times com calendário já bastante inchado a disputarem mais uma competição (e justamente no período em que entrariam de férias, no caso dos europeus) não custa pouco.

Os primeiros rumores a respeito do torneio global apontavam que cada time participante receberia um cachê de 50 milhões de euros (R$ 287,2 milhões), mais que o dobro da premiação paga pela Uefa ao vencedor da Champions e o suficiente para convencer qualquer clube que jogar o Super Mundial é uma boa ideia.

Na polêmica entrevista publicada ontem pelo italiano "Il Giornale", Ancelotti afirma que esse valor já foi reduzido e que o Real ganharia "apenas" 20 milhões de euros (R$ 115,2 milhões) para disputar a competição.

No entanto, vários veículos da imprensa europeia têm bancado que a remuneração que paga pela Fifa será ainda menor, de 10 milhões de euros (R$ 57,6 milhões).

Ancelotti deu o recado

Na entrevista de ontem, Ancelotti afirmou que o Real recusaria o convite para disputar o Mundial e que provavelmente seria seguido por ouros clubes devido à premiação baixa prometida pela Fifa.

Continua após a publicidade

Assim que a declaração começou a gerar polêmica, o atual campeão europeu tratou de publicar uma nota oficial desmentido seu treinador e afirmando que sua participação no torneio "nunca foi questionada".

Em um segundo momento, já depois da veiculação da nota do Real, Ancelotti disse que suas palavras foram "mal interpretadas" e que não rejeitaria a "a possibilidade de disputar um torneio que considero uma grande oportunidade para continuar a lutar por grandes títulos".

Quem vai ao Super Mundial?

Vinte e nove dos 32 participantes da edição de estreia do Super Mundial já estão definidos. Das três vagas restantes, duas serão destinadas à América do Sul (campeão da Libertadores-2024 e o melhor classificado do ranking da Conmebol) e a outra ao representante do país-sede.

Continente com maior participação na competição da Fifa, a Europa terá direito a 12 times: Chelsea, Manchester City, Bayern de Munique, Paris Saint-Germain, Inter de Milão, Porto, Benfica, Borussia Dortmund, Juventus, Atlético de Madri e Red Bull Salzburg, além, é claro, do Real.

Já o Brasil será representado, a princípio, por três clubes: Palmeiras, Flamengo e Fluminense, os vencedores das três últimas edições da Libertadores. Atlético-MG, Botafogo, Grêmio e São Paulo também podem se juntar ao grupo, mas só faturarem o título continental nesta temporada.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes