Por time na Europa, Flamengo promete pagar contas do Leixões durante 3 anos

Acionista majoritário

A ideia do Flamengo, pelo menos neste primeiro momento, não é fazer uma compra direta da SAD (o similar português da SAF), que administra o Leixões.

A princípio, o clube brasileiro deve se tornar acionista majoritário (pelo menos 51%) da Fairplay, empresa que possui 56,3% do clube português. Com isso, passaria a ser o responsável pela administração tanto da companhia quanto da SAD.

Transformando-se no gestor do Leixões, o Flamengo ficaria responsável pelo comando das equipes principal, sub-23 e sub-21. O restante das categorias de base, assim como os times de outras modalidades, continuaria a cargo dos dirigentes lusos.

Os rubro-negros também já se comprometeram a não mudar nome, distintivo e nem cores utilizadas pela equipe. Com isso, não existe a possibilidade de o clube ser rebatizado como Flamengo Portugal ou algo do tipo.

Qual é a do Leixões?

O clube português que o Flamengo deseja comprar é bem tradicional, mas só conquistou um título relevante em 116 anos de existência e passou a maior parte da sua existência nas divisões inferiores da terra de Cristiano Ronaldo.

Fundado em novembro de 1907, o time da cidade litorânea de Matosinhos jogou 67 vezes a liga de acesso e esteve na primeira divisão em apenas 25 oportunidades. Sua última aparição na Primeira Liga foi em 2009/10, quando venceu só cinco dos 30 jogos que disputou e terminou como lanterna da competição. Já sua melhor campanha foi um quinto lugar, obtido há mais de 60 anos, lá na temporada 1962/63.

Pouco antes, em 1960/61, o Leixões ganhou seu único troféu realmente relevante: a Taça de Portugal de 1960/61, conquistada com uma vitória na final por 2 a 0 sobre o poderoso Porto, na casa do adversário. Além disso, o time também venceu duas edições da segunda divisão lusa e se sagrou uma vez campeão da "terceirona".

Projeto reciclado

O plano de entrar no mercado europeu com a compra de um time português não é bem uma novidade para o Flamengo.

Em 2021, empolgado com as sucessivas boas campanhas no Campeonato Brasileiro e na Copa Libertadores da América, o clube apresentou ao seu Conselho de Administração a ideia de adquirir o Tondela.

O projeto não foi adiante porque a equipe que então despertava as atenções rubro-negras acabou rebaixada para a segunda divisão lusa, o que a deixou menos interessante para os objetivos flamenguistas da época.

Além disso, o Grupo Hope, com quem a diretoria brasileira negociava, perdeu o controle acionário do Tondela —a assembleia de sócios reverteu a venda da SAD por considerar que o negócio vinha sendo mal administrado e retomou a propriedade do clube.