Rafael Reis

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Arthur Elias transforma seleção feminina em Corinthians por ouro olímpico

Na decisão da medalha de ouro do futebol feminino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, a seleção brasileira será uma espécie de Corinthians que veste amarelo.

O vitorioso trabalho do técnico Arthur Elias à frente do alvinegro paulista acabou se transformando na base do time que enfrenta os Estados Unidos, a partir das 12h (de Brasília) de amanhã, no Parc-des-Princes.

O atual tetracampeão brasileiro é o clube que mais cedeu jogadoras para a seleção olímpica: seis (Duda Sampaio, Tamires, Yaya, Jhenifer, Yasmin e Gabi Portilho).

Outras sete atletas (Adriana, Ana Vitória, Antônia, Gabi Nunes, Kerolin, Tainá e Tarciane) também trabalharam com o treinador nos tempos de Parque São Jorge e hoje defendem outras equipes.

Ou seja, mais da metade da convocação brasileira para Paris-2024 (13 de 22) é formada por velhas conhecidas de Elias.

Projeto vencedor

Contratado para substituir Pia Sundhage no comando da seleção há pouco menos de um ano, Elias dirigiu o projeto mais vencedor do futebol feminino brasileiro nos últimos tempos.

Entre 2016 e 2023, período em que dirigiu o Corinthians, a equipe alvinegra faturou nada menos que 16 títulos e construiu uma hegemonia tanto no cenário nacional (venceu cinco Brasileiros) quanto no sul-americano (foram quatro conquistas de Libertadores).

Por isso, além das jogadoras convocadas, Elias fez questão de levar para Paris quatro profissionais que ainda integram a comissão técnica do time paulista: o fisiologista Ronaldo Kobal, a nutricionista Tiemi Saito, a médica Lygia Neder e o analista de desempenho Bruno Faust.

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Preferência criticada

A preferência dada ao Corinthians depois que chegou à seleção já rendeu críticas a Elias.

Em setembro, logo depois da primeira convocação do treinador, o então técnico do Palmeiras, Ricardo Belli, disse que foi "no mínimo estranho" a presença de dez jogadoras corintianas na lista e que algo assim acontecesse no futebol masculino "todo mundo estaria dando porrada".

Elias não gostou do posicionamento do seu companheiro de profissão e tratou de rebatê-lo. "Não sei qual a opinião dele sobre atletas do Corinthians porque, pelo confronto que sempre tivemos, a equipe do Palmeiras nunca nos venceu a não ser quando coloquei a base", provocou.

Pedra na chuteira

A decisão de Paris-2024 será o terceiro Brasil x EUA valendo medalha de ouro na história do futebol feminino olímpico.

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Nos dois encontros anteriores, a disputa foi para a prorrogação e teve as norte-americanas como campeãs. Duas décadas atrás, em Atenas, ganharam por 2 a 1. Quatro anos mais tarde, em Pequim, fizeram 1 a 0.

Os Estados Unidos são a maior potência do futebol para mulheres em todos os tempos. Eles detêm tanto o recorde de ouros olímpicos (quatro, o último em Londres-2012) quanto o de títulos da Copa do Mundo (quatro, o mais recente na França-2019).

Já o Brasil nunca venceu nenhum dos dois torneios mais importantes da modalidade. Além das duas medalhas de prata, foi ainda vice-campeão mundial em 2007.

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