Sem Cruzeiro, Ronaldo muda de perfil e faz Valladolid gastar como nunca
Depois de vender o controle do Cruzeiro para o empresário Pedro Lourenço, o ex-atacante Ronaldo resolveu deixar a fama de "mão de vaca" de lado e tem investido como nunca no Valladolid.
De volta à primeira divisão do Campeonato Espanhol, o clube dirigido pelo brasileiro já gastou 16,5 milhões de euros (R$ 101,5 milhões) em reforços nesta janela de transferências, um recorde em seus 96 anos de existência.
Para se ter uma ideia de como esse número significa uma mudança radical no perfil de gestão, o investimento médio da equipe em novos jogadores desde que foi comprado pelo Fenômeno, em 2018, é de apenas 6,8 milhões de euros (R$ 41,8 milhões) por temporada, ou seja, pouco mais de 40% da marca atual.
Reforços até do Arsenal e do Real
Com disposição para gastar, o dirigente brasileiro descolou para o Valladolid até mesmo reforços oriundos de clubes das prateleiras mais altas do futebol europeu.
O centroavante Juanmi, por exemplo, foi contratado do Real Madrid (ainda que compusesse mais o elenco do Castilla, o time B merengue). Já o meia-atacante Raúl Moro teve os direitos econômicos comprados da Lazio. Por fim, o goleiro Karl Hein chegou por empréstimo cedido pelo Arsenal.
Além de ter ido com fome em busca de reforços, o Valladolid sofreu poucas baixas no elenco que foi vice-campeão da segunda divisão na temporada passada. A única venda feita por Ronaldo foi do meia Monchu, negociado por 3,6 milhões de euros (R$ 22,1 milhões) com o futebol grego (Aris).
Relação conflituosa
Dono de 82% das ações do Valladolid, Ronaldo não tem das relações mais harmoniosas com a torcida espanhola.
É relativamente comum ver apoiadores da equipe albivioleta protestando contra a gestão do brasileiro. As críticas mais comuns são de que ele só se preocupa com a saúde financeira da agremiação e pouco se importa com os resultados dentro de campo.
De fato, o maior orgulho da administração de Ronaldo está na esfera econômica: com ele, o clube conseguiu reduzir consideravelmente suas dívidas e se tornou superavitário (que arrecada mais do que gasta). Na prática, dá lucro.
Em compensação, durante a gestão do Fenômeno, o time já contabiliza dois rebaixamentos para a "Série B" espanhola e dois acessos para elite. Ou seja, não consegue se firmar na La Liga.
Ciente de que não é das pessoas mais queridas em Valladolid, o brasileiro chegou a falar em abril, quando deixou o Cruzeiro, que gostaria também de vender suas ações do clube espanhol e se aposentar do cargo de presidente. No entanto, voltou atrás nessa decisão e agora tem prometido que continuará à frente da equipe.
Otimismo em alta
Com investimento recorde, o Valladolid reestreou na primeira divisão espanhola derrotando o Espanyol por 1 a 0, no último fim de semana.
Além da equipe de Ronaldo, somente Celta, Barcelona e Rayo Vallecano conseguiram vencer na rodada inaugural da La Liga -houve ainda seis empates, inclusive o do atual campeão e favorito, Real Madrid, contra o Mallorca.
E o próximo adversário do Valladolid é justamente o time de Vinícius Jr., Kylian Mbappé e Jude Bellingham. O confronto está marcado para domingo (12h, de Brasília) e será disputado no Santiago Bernabéu, na capital espanhola.
Reportagem
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