Rafael Reis

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Reportagem

Time de Textor precisa vender R$ 462 mi em uma semana para fugir de punição

John Textor está rindo à toa com o Botafogo, líder do Campeonato Brasileiro e classificado para as quartas de final da Copa Libertadores da América após vencer um confronto com ares épicos contra o Palmeiras.

Mas, enquanto vibra com o desempenho do seu time do lado de cá do Oceano Atlântico, o magnata tem tido uma dor de cabeça daquelas com o Lyon, clube francês que em tese é o carro-chefe dos seus investimentos em futebol.

Para se adequar às políticas de fair play financeiro da Ligue 1 e evitar punições que podem chegar até mesmo a um rebaixamento para a segunda divisão, a equipe do empresário norte-americano precisa vender mais 75 milhões de euros (R$ 462,4 milhões) em jogadores até a próxima sexta-feira.

Contra o tempo

Com dificuldades para se adequar à política de controle de gastos do futebol francês desde que comprou o Lyon, Textor prometeu à DNCG (Direção Nacional de Controle de Gastos) que arrecadaria pelo menos 100 milhões de euros (R$ 615,1 milhões) com transferências de atletas nesta janela.

O problema é que o período de venda de jogadores para as cinco principais ligas nacionais da Europa (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França) termina em uma semana, e o clube só conseguiu faturar até o momento 24,3 milhões de euros (R$ 149,4 milhões) no Mercado da Bola.

Para tentar cumprir o combinado, todos os jogadores do elenco profissional do Lyon estão oficialmente abertos a propostas de saída. O próximo a ser negociado deve ser o meia Rayan Cherki, que está na lista de compras de Borussia Dortmund, Lazio e Paris Saint-Germain.

Só que a transação não deve nem chegar à casa de 20 milhões de euros (R$ 123,3 milhões). Ou seja, ainda não resolve o problema de Textor.

Risco de punição?

A DNCG é o órgão de fiscalização das políticas de fair play financeiro vigentes no futebol francês e está em cima do Lyon por considerar que o clube não tem apresentado as garantias necessárias de que pode pagar todas as contas que está fazendo.

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Recentemente, a entidade rebaixou primeiro para a terceira e depois para a quarta divisão o tradicional Bordeaux devido a essa incapacidade de cumprir o orçamento -a equipe até declarou falência e terá de recomeçar sua trajetória nas ligas amadoras.

No caso do Lyon, não está claro nem se a DNCG aceitará como receita nova para o Lyon o dinheiro de possíveis vendas de jogadores para outros clubes de propriedade de Textor, como Botafogo ou RWD Molenbeek (Bélgica). Essas contratações podem ser consideradas como tentativa de fraude, já que, na prática, não passam de uma injeção de capital do seu dono.

Para piorar, o clube do norte-americano continua gastando e comprometendo suas receitas. Nesta janela, já investiu 134,3 milhões de euros (R$ 828,1 milhões) em novos jogadores, menos apenas que o Paris Saint-Germain dentre os franceses.

Mal dentro de campo

Se não bastassem os graves problemas econômicos, o time francês de Textor também não tem dado motivos dentro de campo para seus torcedores se empolgarem neste começo de temporada.

O Lyon iniciou sua participação na Ligue 1 sendo derrotado por 3 a 0 pelo Rennes, fora de casa, domingo passado. E amanhã tem mais um jogo difícil pela frente: o Monaco, desta vez como mandante.

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Apesar de ter conquistado sete títulos franceses consecutivos no começo do século, quando tinha uma gestão diferente da atual, a equipe do dono do Botafogo está há 16 temporadas sem se sagrar campeã nacional.

Nos últimos cinco anos, não conseguiu sequer se classificar para a Liga dos Campeões da Europa. O Lyon foi o sexto colocado na Ligue 1 2023/24 e mais uma vez falhou na missão de retornar ao mais badalado torneio interclubes do planeta.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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