Rafael Reis

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Greve dos jogadores: Europa já tem calendário tão inchado quanto o Brasil

Foi-se o tempo em que maratonas intermináveis de jogos eram uma exclusividade dos times brasileiros e do calendário praticamente sem espaço para folgas ao qual eles são submetidos anualmente.

Com a reformulação das competições interclubes europeias (Liga dos Campeões e afins) e a criação do Super Mundial de Clubes da Fifa, já há equipes de ponta do Velho Continente com agenda mais cheia até que as agremiações do "país do futebol".

Esse crescimento no número de partidas disputadas por temporada é o principal motivo que tem levado grandes nomes da modalidade, como o volante espanhol Rodri (Manchester City) e o técnico Carlo Ancelotti (Real Madrid), a falarem abertamente sobre o risco da eclosão de uma greve geral dos jogadores.

Mais de 80 jogos

De acordo com levantamento feito pelo "Blog do Rafael Reis", pelo menos dois clubes europeus podem romper a barreira dos 80 jogos em 2024/25, considerando competições oficiais e amistosos de pré-temporada.

Se chegar à final de todos os torneios (algo que está longe de ser impossível para os comandados de Pep Guardiola) do seu calendário, o City fará exatamente 80 partidas até suas férias de julho de 2025. Já o Chelsea pode alcançar 81 compromissos.

Só nesta temporada, os Citizens irão a campo por seis campeonatos diferentes: Campeonato Inglês, Copa da Inglaterra, Copa da Liga Inglesa, Community Shield, Champions e Mundial de Clubes. Os Blues, por sua vez, não disputam a Community Shield e nem a Liga dos Campeões, mas estão na Conference League.

Nem no Brasil

No ano passado, nem mesmo os clubes brasileiros conseguiram atingir o número de partidas que agora faz parte do planejamento dos gigantes da Inglaterra.

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Em 2023, quem mais jogou no país pentacampeão mundial foi o Fortaleza, com 78 apresentações. O Flamengo jogou 76 vezes, enquanto Corinthians e Palmeiras tiveram 73 compromissos, cada.

Vai ter greve?

O assunto greve dos jogadores veio à tona na semana passada, quando Rodri, um dos candidatos ao prêmio de melhor do mundo nesta temporada, afirmou que "estamos próximos" de ver uma greve que paralisará o futebol mundial devido ao inchaço cada vez maior do calendário.

Nos dias seguintes, o goleiro brasileiro Alisson (Liverpool), o lateral direito Daniel Carvajal (Real Madrid) e o defensor francês Jules Koundé (Barcelona) aproveitaram entrevistas coletivas pré-jogo para criticar o crescimento no número de jogos e aderir ao movimento puxado pelo meia espanhol.

Até mesmo os dois técnicos mais badalados da atualidade, o italiano Carlo Ancelotti (Real) e o catalão Pep Guardiola (City) colocaram-se ao lado dos jogadores e apoiaram a realização de uma possível greve.

O FifPro, sindicato global dos jogadores e parceiro da Fifa em várias iniciativas, recomenda que nenhum atleta profissional de futebol deva disputar mais que 55 partidas (já na soma de clubes e seleções) durante uma temporada.

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Mas, como esse limite vem sendo completamente ignorado na prática, outras entidades que lutam pelos direitos dos jogadores já começaram a tomar atitudes mais concretas.

As associações nacionais de atletas de futebol da Inglaterra e da França resolveram processar a Fifa por discordarem da forma como o calendário das seleções é montado. Já um grupo de 30 ligas europeias se juntou para apresentar à Comissão Europeia uma reclamação formal contra a entidade organizadora do Super Mundial de Clubes.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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