Rafael Reis

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Alvo de polêmicas no Brasil, bets sustentam até a milionária Premier League

Não é só aqui no Brasil que o dinheiro das casas de apostas se transformou no polêmico motor que faz a economia do futebol girar.

Até mesmo a Premier League inglesa, o campeonato nacional mais rico e badalado do planeta, já é dependente da grana paga pelas bets.

Levantamento feito pelo "Blog do Rafael Reis" mostra que mais da metade clubes da primeira divisão da Inglaterra têm empresas de apostas/cassinos online na vaga de patrocinador máster.

Presentes no peito da camisa de 11 dos 20 times da Premier League, as bets são, com folga, o setor que mais ajuda a financiar o futebol onde atuam craques do porte de Erling Haaland, Kevin de Bruyne e Mohamed Salah.

Domínio maior entre os pequenos

O poderio econômico das casas de apostas exercido na Premier League é ainda maior quando falamos de clubes pequenos. Nessas equipes, o dinheiro oriundo dos apostadores é realmente essencial.

Só dois times de fora do Big 7 (o grupo das maiores potências da Inglaterra, formado por Manchester City, Manchester United, Arsenal, Liverpool, Chelsea, Tottenham e Newcastle) não têm uma bet como maior apoiadora.

O Brighton cede o espaço mais nobre do seu uniforme à operadora de cartão de crédito American Express, enquanto o Ipswich tem como financiador número um o cantor Ed Sheeran, seu torcedor mais ilustre e acionista minoritário. Mas ambos contam com casas de apostas na lista dos seus patrocinadores secundários.

Mas isso vai mudar

Apesar da importância econômica das bets, que injetam pelo menos 60 milhões de libras (R$ 360,8 milhões) por temporada na Premier League, já há medidas aprovadas que visam restringir a publicidade dessas empresas nos gramados da elite inglesa.

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A partir da temporada 2026/27, os clubes da primeira divisão não poderão mais anunciar casas de apostas na parte da frente das camisas. No entanto, essas empresas estão livres para continuar aparecendo nas mangas dos uniformes, em placas publicitárias e em painéis de fundo de entrevistas.

A medida, aprovada no ano passado, foi tomada após um acordo selado entre a Premier League, os clubes participantes do torneio e o Departamento de Cultura, Mídia e Esporte britânico, que vinha reclamando do excesso de publicidade dos "jogos de azar" e apresentou a proposta.

Problemas e mais problemas

Mesmo com a interdependência econômica, a relação entre as apostas esportivas e o futebol inglês está longe de ser mais amigáveis.

Dois jogadores importantes da Premier League (o atacante Ivan Toney, então no Bournemouth, e o meia italiano Sandro Tonali, do Newcastle) cumpriram recentemente suspensões por fazerem apostas ilegais.

Já o meia brasileiro Lucas Paquetá está sendo investigado pela FA (Federação Inglesa) por manipulação de resultados a fim de favorecer apostadores. O astro do West Ham teria forçado o recebimento de cartões amarelos para que amigos seus no Rio de Janeiro lucrassem com as apostas.

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Curiosamente, essas supostas apostas fraudadas teriam sido feitas na Betway, empresa que é patrocinadora máster do time onde atua o ex-Flamengo.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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