Rafael Reis

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Reportagem

Quem é o magnata destaque na Premier League que planeja ter time no Brasil?

Depois de John Textor (Botafogo), Grupo City (Bahia), Red Bull (Bragantino) e 777 Partners (Vasco), o grego Evangelos Marinakis tem tudo para ser o próximo investidor estrangeiro a entrar no futebol brasileiro.

O dono do Nottingham Forest, terceiro colocado da Premier League inglesa e time sensação deste começo de temporada no campeonato nacional mais badalado do planeta, estuda a possibilidade de comprar uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol) e virar proprietário de clube também no país pentacampeão mundial.

O primeiro passo desse projeto foi tirar Edu Gaspar do Arsenal e dar ao ex-coordenador técnico da seleção o posto de CEO internacional da sua carteira de investimentos futebolísticos, que inclui ainda Olympiacos (Grécia) e Rio Ave (Portugal).

Agora, Marinakis planeja expandir seu conglomerado de clubes para outras fronteiras. E o Brasil, terra-natal do seu novo braço direito, naturalmente é um dos mercados analisados para receber seu dinheiro.

Quem é Marinakis?

O possível futuro dono de SAF tem 57 anos, é natural de Pireu, cidade portuária que faz parte da região metropolitana de Atenas, e fez fortuna no setor de navegação. Atualmente, possui uma frota com aproximadamente 100 embarcações e patrimônio estimado em US$ 3,8 bilhões (R$ 22 bilhões).

Torcedor fanático do Olympiacos, Marinakis iniciou seu investimento em futebol justamente pelo clube mais vitorioso da Grécia, que foi adquirido em 2010. Sete temporadas mais tarde, o grego desembarcou na Inglaterra comprando o tradicional Nottingham Forest, um bicampeão europeu que estava atolado em dívidas e disputava a segunda divisão. Sua aquisição mais recente, o Rio Ave, data do ano passado.

O empresário também já teve sérios problemas com a polícia. Em 2014, chegou a ser acusado de tráfico de drogas depois da apreensão de um navio que transportava mais de duas toneladas de heroína.

Marinakis ainda foi investigado por suposta participação em um esquema de manipulação de resultados para favorecer redes de apostas e por tentativa de corrupção de árbitros no futebol grego. O bilionário foi absolvido nos três processos citados.

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Entre rezas e cuspes

O dono do Nottingham Forest é daquelas figuras que não passam despercebidas em um estádio de futebol.

O grego não fica quieto nos camarotes dos estádios que frequenta. Pelo contrário, passa boa parte das partidas dos seus times saudando os torcedores, fazendo orações de forma efusiva e esbravejando contra a arbitragem.

As confusões com os juízes e auxiliares, aliás, são um capítulo à parte no seu currículo. Marinakis cumpre atualmente uma suspensão de cinco partidas na Premier League por cuspir no chão logo após a passagem dos árbitros que trabalharam na derrota do Forest para o Fulham, no finalzinho de setembro.

Punido por uma atitude desrespeitosa, o grego alegou que o episódio não teve nada a ver com sua indignação com o apito (o jogo foi decidido em um pênalti marcado após intervenção do VAR), mas sim com uma crise de tosse provocada por seu hábito de fumar cigarros.

Máquina de moer técnicos e jogadores

A falta de paciência do grego é famosa em todos os clubes que estão sob sua gestão. O bilionário é famoso no meio do futebol por não ter nenhum pudor de trocar comissão técnica e elenco quando está insatisfeito com os resultados.

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O Olympiacos trocou 16 vezes de técnico em 14 anos da administração de Marinakis, uma marca bem acima do comum no cenário europeu.

Já o Forest tem trocado entre 15 e 20 jogadores do seu elenco por temporada nos últimos anos. Não à toa, mesmo não sendo tão rico assim, virou um dos clubes ingleses que mais arrecada e gasta com transferências na Inglaterra.

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