Rafael Reis

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Reportagem

Como sucesso do Al-Hilal complica futuro de Neymar e pode facilitar saída

O Al-Hilal já percebeu que não precisa de Neymar.

É essa conclusão que pode encurtar a passagem pelo Oriente Médio do reforço mais caro da história da Arábia Saudita e fazer com que ele seja liberado do seu atual clube seis meses antes do fim do seu contrato.

O futuro do astro brasileiro será discutido pela diretoria e pelo técnico Jorge Jesus durante as férias de fim de ano do futebol saudita -a equipe se despede de 2024 no dia 7 de dezembro e só volta a campo em 7 de janeiro.

Se a conclusão for de que não vale a pena abrir mão de um dos estrangeiros que tem sido utilizados atualmente para poder inscrever Neymar na segunda metade da temporada da Saudi League, o camisa 10 será "convidado a ir embora" antecipadamente.

Não faz falta

O que complica a permanência do ex-Santos, Barcelona e Paris Saint-Germain no Al-Hilal são os fortes indicativos de que ele não faz nenhuma falta ao time.

Devido à grave lesão de joelho esquerdo (ruptura do ligamento cruzado anterior e do menisco) sofrida ainda no ano passado, o meia-atacante só conseguiu disputar até hoje sete partidas pelo clube.

E, mesmo sem a presença daquele que foi contratado para ser seu líder técnico, o Al-Hilal se transformou em uma máquina praticamente imbatível no cenário saudita.

Na temporada passada, chegou a quebrar o recorde mundial de vitórias consecutivas (34) e conquistou o título nacional com uma campanha histórica. Já na atual, é novamente líder invicto da liga saudita -tem um ponto a mais que o Al-Ittihad.

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É verdade que o Al-Hilal falhou na tentativa de vencer a Liga dos Campeões da Ásia. Mas até esse tropeço é tratado internamente mais como "algo que acontece" do que como uma história que certamente teria outro final caso Neymar estivesse em campo.

Limite de estrangeiros

Se o Al-Hilal pudesse escalar normalmente todos os seus jogadores estrangeiros, a discussão sobre uma possível saída antecipada de Neymar nem existiria. Ele simplesmente cumpriria seu contrato até junho de 2025 e até poderia ter seu vínculo renovado.

Só que o regulamento do Campeonato Saudita permite que cada clube inscreva somente oito atletas de idade livre sem cidadania local na competição (e mais dois sub-21). E aí começam os problemas.

O Al-Hilal tem um estrangeiro a mais que o permitido. Como Neymar estava machucado, foi ele que ficou fora da relação para a primeira metade da temporada.

Essa lista pode ser modificada em janeiro. Mas, para poder inscrever o camisa 10, o clube teria de cortar alguém que vem sendo escalado e dando resultado em campo (como o lateral esquerdo brasileiro Renan Lodi, que era o favorito para a substituição). Ou seja, teria de mexer em time que está ganhando.

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Nova lesão

Duas semanas depois de enfim retornar aos gramados, Neymar sofreu na última segunda-feira uma nova lesão.

O brasileiro precisou deixar a partida contra o Esteghlal, pela Liga dos Campeões da Ásia, antes do fim em virtude uma contusão muscular na coxa direito.

Problemas físicos como esse são naturais e até mesmo esperados para quem passou um longo período em inatividade. Como sua previsão de recuperação é de pelo menos um mês, o camisa 10 não deve mais voltar a jogar em 2024.

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