Rafael Reis

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Calendário e gramados são ameaças para Neymar em possível volta ao Brasil

Neymar participou de apenas 40% dos jogos dos seus clubes nos últimos cinco anos. Ou seja, a cada dez compromissos oficiais de Paris Saint-Germain (até 2022/23) e Al-Hilal (desde o segundo semestre de 2023), ele foi desfalque em seis.

Em nenhuma dessas temporadas, o camisa 10 brasileiro conseguiu disputar mais que 31 partidas.

Basta olhar esses números para notar que Neymar tem problemas físicos crônicos, que vão muito além das rupturas do ligamento cruzado anterior e do menisco do joelho esquerdo que o deixaram longe dos gramados pelo último ano inteiro.

É com esse delicado histórico médico e com um corpo ainda não totalmente recuperado da lesão mais grave da sua carreira que o meia-atacante de 32 anos pode desembarcar no Santos em janeiro para encarar o calendário mais insano do futebol mundial e alguns gramados que estão bem distantes de serem um tapete.

Sobrecarga de jogos

No Brasil, Neymar teria de lidar com um número muito maior de jogos e, consequentemente, com períodos bem menores de descanso do que está acostumado.

Durante o período em que o camisa 10 atuou na França, o PSG nunca ultrapassou a marca de 57 partidas em uma temporada. Em 2023/24, o único ano inteiro do astro na Arábia Saudita, o Al-Hilal foi a campo em 60 oportunidades.

Esses números são fichinha perto do calendário experimentado pelos principais clubes do Brasil. No último ano, o Fortaleza jogou nada menos que 78 vezes.

E Neymar precisaria enfrentar essa sobrecarga de jogos, pesada até mesmo para quem está com 100% das condições físicas, ainda meio baleado.

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É esperado que jogadores que experimentem longos períodos de inatividade enfrentem seguidas lesões musculares até ganharem novamente ritmo de jogo. O próprio astro do Al-Hilal está afastado atualmente por conta de um problema na coxa sofrido na segunda partida depois do seu retorno ao futebol.

Gramados ruins

Para piorar, aqui no Brasil, Neymar reencontraria alguns gramados que estão bem longe do "padrão Fifa" dos estádios da Arábia, país que já se prepara para receber a Copa do Mundo-2024.

Especialmente no Campeonato Paulista, disputado no começo do ano e que abre a temporada, costuma haver campos em precárias condições de manutenção, situação que aumenta consideravelmente o risco de lesões.

Adeus ao Al-Hilal?

Apesar de o brasileiro ainda ter contrato com o Al-Hilal até junho do próximo ano, o clube estuda a possibilidade de antecipar a saída do jogador e liberá-lo para buscar novos ares já na janela de janeiro.

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A decisão evitaria a necessidade de adeus de algum outro atleta que esteja sendo mais usado (até mesmo como titular) pelo técnico Jorge Jesus -cada time só pode inscrever oito estrangeiros de idade livre no Campeonato Saudita, mas a equipe de Neymar conta com nove no elenco.

Caso realmente deixe o Al-Hilal, o camisa 10 tem no Santos a principal opção para dar sequência à carreira. O Inter Miami, a pedido de Lionel Messi, que deseja repetir o trio MSN que tanto sucesso fez no Barcelona, também tem interesse na contratação do jogador.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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