Como Venezuela superou preconceitos para viver 'boom' no futebol brasileiro
Tratada até pouco tempo atrás como patinho feio do futebol sul-americano e único país do continente que nunca conseguiu disputar uma Copa do Mundo, a Venezuela invadiu os gramados brasileiros.
Nos últimos seis anos, o número de jogadores venezuelanos em atividade no país pentacampeão mundial mais do que quintuplicou.
Em 2018, apenas dois atletas da Venezuela jogavam em equipes brasileiras. Agora, eles já são 16.
E sete deles (Wilker Ángel, Nahuel Ferraresi, Tomás Rincón, Jefferson Savarino, José Martínez, Yeferson Soteldo e Kervin Andrade) estarão a serviço da seleção vinotinto no confronto contra o Brasil, nesta noite, em Maturín, pelas eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo-2026.
Classificação e jogos
Síndrome de vira-lata
Até pouco tempo atrás, a Venezuela praticamente não produzia jogadores com nível técnico suficiente para atuar no seu vizinho mais poderoso... pelo menos, não nos grandes clubes daqui.
Com uma ou outra exceção que conseguia se aventurar na Europa (como Juan Arango, que fez carreira na Espanha e na Alemanha), o máximo que os venezuelanos conseguiam era atuar na Colômbia, no México e em times menores da Argentina.
Mas a geração que foi vice-campeã mundial sub-20 em 2017 tratou de mudar essa história e acabar com a síndrome de vira-lata com que os jogadores da Venezuela eram tratados.
Hoje, os venezuelanos já tem posição de protagonista tanto aqui no Brasil (Savarino e Soteldo são líderes técnicos de Botafogo e Grêmio, respectivamente) quanto no futebol europeu (Yangel Herrera é o craque que sobrou no Girona depois da inédita classificação para a Liga dos Campeões).
Seleção patina
Apesar da melhoria expressiva de material humano, a seleção adulta da Venezuela ainda patina e não consegue se estabelecer como um adversário à altura de Argentina, Brasil, Colômbia e Venezuela no cenário sul-americano.
A equipe até teve um início promissor nas eliminatórias e descolou no ano passado um histórico empate por 1 a 1 com os brasileiros, em Cuiabá, no primeiro turno.
Mas essa boa fase durou pouco. A Venezuela não venceu nas últimas seis rodadas do qualificatório (quatro empates e duas derrotas), já foi até ultrapassada pela Bolívia na classificação e tem ficado cada vez mais distante da inédita classificação para o Mundial -no momento, ocupa a oitava posição, à frente apenas de Peru e Chile.
Hora da consolidação
Depois de derrotar Chile e Peru na Data Fifa do mês passado, a seleção brasileira encara seus compromissos de novembro como a chance de provar que está realmente reencontrando seu melhor caminho.
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Quero receberO time canarinho volta a campo pelas eliminatórias nesta noite e, na sequência, enfrenta o Uruguai, terça-feira, na Arena Fonte Nova, em Salvador.
Com os resultados de outubro, o Brasil deu uma respirada na corrida pelas vagas na Copa-2026. Agora, os comandados de Dorival Júnior ocupam a quarta posição do qualificatório, com 16 pontos, seis a menos que a líder, Argentina.
Devido à ampliação no número de participantes do Mundial (de 32 para 48 times), os seis primeiros colocados das eliminatórios sul-americanas conquistam a classificação direta para o torneio que será organizada por Estados Unidos, Canadá e México. A sétima melhor seleção do continente ainda participará de uma repescagem pelas vagas remanescentes.