Como Neymar na Arábia virou um dos piores reforços da história do futebol
Do ponto de vista do marketing, a passagem de Neymar pelo Al-Hilal é um sucesso. O astro brasileiro fez o clube romper fronteiras e se transformar em uma marca conhecida mundialmente, alavancou os números dos árabes nas redes sociais e ainda tem dado uma forcinha ao governo saudita na divulgação do país como sede da Copa-2034.
Mas, quando a discussão vai para o futebol, ou seja, para aquilo que acontece dentro de campo, a situação se transforma completamente. Não é exagero dizer que a ida do veterano camisa 10 para o Oriente Médio se transformou em uma das piores contratações da história da modalidade.
Considerando a compra dos direitos econômicos e os salários do período, o Al-Hilal e o governo da Arábia Saudita gastaram pelo menos 250 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão) com o brasileiro ao longo do último um ano e meio.
E o que receberam em troca? Sete jogos disputados, um gol marcado, três assistências distribuídas e nada mais.
Obviamente, Neymar não tem nenhuma culpa de ter sofrido no Oriente Médio a contusão mais grave da sua carreira e, por conta dela, ter perdido um ano inteiro apenas fazendo tratamentos físicos e fisioterapia.
Mas, na frieza dos números, essa circunstância não serve como atenuante. Com ou sem lesão, o reforço mais caro de toda a história do futebol asiático sequer passou perto de trazer o retorno esperado.
Aceitar o prejuízo
É mais que compreensível que o Al-Hilal esteja considerando a hipótese de liberar Neymar um semestre antes do fim do seu contrato e permitir que ele assine com outro clube já na janela de janeiro.
Os sauditas estão bem conscientes de que essa decisão seria uma espécie de "recibo assinado" de que tiveram um grande prejuízo com a operação.
Mas, na cabeça de Jorge Jesus e dos dirigentes que comandam o futebol da equipe mais poderosa da Arábia, talvez seja melhor aceitar esse débito nas finanças do que arriscar aquilo que está dando certo em campo para apostar na hoje incógnita chamada Neymar.
Afinal, se o time conseguiu bater o recorde mundial de vitórias consecutivas e tem sobrado no cenário local sem aquele que era para ser seu principal jogador, será que a vale a pena forçar a barra para tê-lo de volta?
Se Neymar fosse apenas uma adição ao elenco para a segunda metade da temporada e a edição de estreia do Super Mundial de Clubes, é inegável que seria um reforço bem vindo.
Mas como sua entrada na equipe significa também a necessidade de saída de um outro jogador estrangeiro que está totalmente adaptado ao time e dando resultado dentro de campo, aí a conta fica bem mais delicada.
A menos que o Al-Hilal opte por dar uma nova chance por Neymar, e o brasileiro consiga provar nos próximos seis meses que essa decisão dos sauditas seja a mesmo mais correta, o camisa 10 entrará sim para a história como um dos piores reforços do futebol de todos os tempos.
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