Teoria da conspiração jura que Copa-58 e 1º título do Brasil não existiram
A história já foi contada e recontada inúmeras vezes. Em 1958, o Brasil conquistou seu primeiro título de Copa do Mundo e, de quebra, apresentou ao planeta Pelé, então um adolescente de 17 anos que começou a competição no banco de reservas e saiu dela como o futuro "Rei do Futebol".
Mas não foi só isso. Didi caminhou meio-campo com a bola embaixo do braço pedindo calma aos seus companheiros após saírem perdendo na final. Mané Garrincha deixou um filho na Suécia. Djalma Santos foi eleito o melhor lateral direito mesmo só tendo atuado nos 90 minutos da decisão. E Bellini criou o gesto que se transformaria símbolo de todos os capitães campeões ao levantar o troféu acima da sua cabeça.
Só que os casos e acontecimentos que têm sido transmitidos de geração em geração pelos últimos 66 anos nunca aconteceram e não passam de obra de ficção. Pelo menos é nisso que alguns teóricos da conspiração acreditam.
Para eles, a Copa-1958 simplesmente não existiu. E a culpa dessa crença sem fundamentos é justamente de um filme que foi lançado para alertar as pessoas a não acreditarem nas maluquices sem fundamento que "estão por aí".
Konspiration 58
Em 2002, o produtor e diretor sueco Johan Löfstedst lançou o mocumentário (gênero que faz uma sátira aos documentários ao se apropriar de elementos do formato para contar uma história de ficção) "Konspiration 58".
O curta metragem de 28 minutos tenta provar que o Mundial de 1958 simplesmente não existiu como competição. A teoria "defendida" pela obra é que foi apenas um experimento de propaganda da CIA, agência de inteligência dos Estados Unidos, durante a Guerra Fria.
A obra alega que os jogos da Copa-1958 não foram disputados na Suécia, mas sim encenados por seleções coniventes com o experimento para as câmeras em Los Angeles, a cidade onde fica Hollywood.
O principal argumento dos conspiracionistas era que a Suécia não teria estrutura física para organizar uma competição de tamanha magnitude na época. Os tamanhos das sombras dos jogadores projetadas nos gramados também são usado como "provas" de que as gravações teriam sido feitas nos EUA.
O filme traz depoimentos de três jogadores da seleção sueca de 1958 e de Lennart Johansson, presidente da Uefa entre 1990 e 2007. Todos os entrevistados juram que o Mundial foi real, mas suas falas são tratadas apenas como algo na linha de "demos espaço para o outro lado e eles jamais falariam a verdade".
É tudo ficção
No fim de "Konspiration 58", já depois dos créditos de encerramento, aparece a mensagem "não acredite em tudo que vê na tela". Ou seja, o documentário é 100% falso, não passa de uma bela sátira.
O filme até entrou para o currículo de várias escolas suecas. Duas décadas depois do lançamento, ele ainda é usado como material didático para ensinar aos adolescentes a importância do pensamento crítico e da desconfiança no consumo de informações.
Mas, apesar de a teoria da conspiração explorada pela obra ser comprovadamente mentirosa (e de o curta deixar isso claro), ainda é possível encontrar nas redes sociais e em sites espalhados pela internet quem acredite que a Copa do Mundo-1958 realmente não existiu. E o pior: essas pessoas usam justamente cenas do filme como supostas provas para esse argumento.