Como crise financeira e possível rebaixamento do Lyon vão impactar Botafogo
A decisão da DNCG (Direção Nacional de Controle e Gestão) do futebol francês de proibir o Lyon de contratar na próxima janela de transferências e rebaixá-lo para a segunda divisão ao término da temporada caso não coloque suas contas em dia terá impacto direto sobre o futuro do Botafogo.
Tanto a equipe líder do Campeonato Brasileiro quanto o time sete vezes campeão da França são administrados pela Eagle Football, grupo que liderado e financiado pelo magnata norte-americano John Textor.
O problema é que o Lyon tem dívidas de 505 milhões de euros (R$ 3,1 bilhões), que já extrapolaram o limite tolerado pela política de fair play financeiro vigente na terra de Michel Platini, Zinédine Zidane e Kylian Mbappé.
E o plano de recuperação financeira apresentado por Textor para evitar o rebaixamento do clube prevê que parte desse débito será pago com venda de jogadores e ativos do Grupo Eagle... não apenas da equipe francesa.
Classificação e jogos
Botafogo pode sofrer desmanche?
A previsão da administração do norte-americano é que essas transações gerem uma receita complementar de pelo menos 75 milhões de euros (R$ 460 milhões), que seriam utilizados para ajudar a sanar as contas do Lyon.
Parte dessa grana deve ser levantada com vendas de atletas do próprio time. Só que, como todo mundo sabe que o Lyon está desesperado atrás de dinheiro, o valor dos seus jogadores automaticamente desaba no Mercado da Bola. Ou seja, ele não terá como arrecadar tanto assim com as saídas de Rayan Cherki, Maxence Caqueret e cia.
A solução certamente será aproveitar o momento de valorização dos principais nomes do Botafogo para descolar transferências mais polpudas e que façam diferença no caixa. Luiz Henrique e Igor Jesus estão na seleção brasileira, enquanto Thiago Almada é companheiro de Messi na Argentina. Todos eles têm hoje muito mercado no exterior.
"Essa é a vantagem de ser uma rede que divide a liquidez e os recursos entre os clubes. O Lyon não resgata mais o Botafogo. Neste ano, é o Botafogo que terá de reabastecer os cofres do Lyon", afirmou Textor, no último fim de semana.
Mas tem um lado bom
Mesmo no meio desse cenário delicado, o torcedor mais otimista do Botafogo ainda pode enxergar notícias boas.
Almada e Luiz Henrique, por exemplo, foram contratados já com a promessa de que seriam repassados ao Lyon após um período no Brasil. Essa mudança de casa, pelo menos no caso do argentino, já estava até marcada para janeiro de 2025.
Só que como o Lyon agora está proibido de registrar novos jogadores, eles não poderão completar essa transferência. Por isso, a menos que sejam vendidos em janeiro, permanecerão em General Severiano por mais tempo do que inicialmente esperado.
Além disso, com os graves problemas financeiros enfrentados e a marcação cerrada feita pela DNCG, o clube francês deve ter dificuldades para se manter competitivo. Assim, o caminho mais curto para Textor obter sucesso nos gramados e conquistar títulos importantes será cada vez mais investir no Botafogo.
Antes da tempestade...
Enquanto não começa a sentir os efeitos dos problemas financeiros enfrentados por seu coirmão da França, o Botafogo está a poucos passos de confirmar a temporada mais vitoriosa de sua história.
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Quero receberFaltando cinco rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, a equipe do técnico português Artur Jorge tem quatro pontos de vantagem para o vice-líder, Palmeiras. Nesta noite, os alvinegros visitam o Atlético-MG, enquanto os paulistas jogam fora de casa contra o Bahia.
O confronto entre Botafogo e Atlético-MG se repetirá no dia 30 de novembro, no Más Monumental, em Buenos Aires. Só que aí, o que estará em jogo será o título da Copa Libertadores da América, troféu jamais conquistado pelo clube carioca.
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