De Pelé a Vini Jr: os 7 negros que mudaram a história do futebol mundial
É impossível contar a trajetória de sucesso do futebol sem falar de jogadores negros. Os africanos e seus descendentes que se espalharam pelo planeta foram, são e continuarão sendo alguns dos protagonistas do esporte mais popular do mundo.
No feriado da Consciência Negra, quando o Brasil relembra a morte de Zumbi dos Palmares, o "Blog do Rafael Reis" apresenta os sete negros que mudaram a história do futebol.
Vale lembrar que essa lista não apresenta os sete melhores jogadores negros de todos os tempos, mas sim aqueles que transformaram (ou ainda transformam) de alguma forma a modalidade.
Pelé (BRA)
Por que é importante? Simplesmente porque é Pelé. Essas quatro letras que formam o apelido de Edson Arantes do Nascimento podem até ser consideradas um sinônimo de futebol. Eleito o maior atleta do século passado pelo Comitê Olímpico Internacional, é o grande futebolista de todos os tempos e foi figura essencial no processo que levou a modalidade a se tornar febre na África e na Ásia, ou seja, a ganhar proporções globais. É também o único jogador que conquistou três Copas do Mundo (1958, 1962 e 1970).
Eusébio (POR)
Por que é importante? Porque fez a Europa passar a olhar para a África como celeiro de talentos. Eusébio não foi o primeiro africano a vestir a camisa de uma seleção europeia, mas certamente foi quem o fez com mais brilho, abrindo as portas para que essa se tornasse uma prática comum na atualidade. Nascido em Moçambique, então uma colônia portuguesa, fez história com a camisa do Benfica e colocou a terra que hoje é de Cristiano Ronaldo no mapa do futebol mundial com o terceiro lugar na Copa-1966.
Leônidas da Silva (BRA)
Por que é importante? Porque foi o primeiro negro artilheiro de uma Copa do Mundo. Apelidado de Diamante Negro (sim, foi ele que deu nome ao chocolate que você come ainda hoje), o ex-atacante de Flamengo, Botafogo, São Paulo e Vasco sagrou-se o goleador do Mundial-1938, com sete gols em quatro partidas. Lêonidas foi também o primeiro brasileiro a ser reconhecido como um craque na Europa, graças à performance na Copa da França.
Obdulio Varela (URU)
Por que é importante? Porque foi o primeiro negro capitão de uma seleção campeã mundial. Apelidado de "Chefe Negro", o zagueiro e meia mulato liderou o Uruguai no Maracanazo, a histórica vitória celeste sobre o Brasil no último jogo da Copa-1950. Varela também redefiniu o conceito de capitão no futebol. Se hoje imaginamos essa função exercida por normalmente por um jogador de defesa, durão, implacável e orientando os companheiros de time, é graças a ele.
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Quero receberGeorge Weah (LBR)
Por que é importante? Porque foi o primeiro (e até hoje único) africano a ganhar o prêmio da Fifa de melhor jogador do mundo. A consagração do atacante liberiano se deu em 1995, ano em que defendeu o Paris Saint-Germain e o Milan e derrotou Maldini e Klinsmann na eleição. Após falhar no objetivo de levar seu país pela primeira vez a uma Copa do Mundo, George Weah entrou para a política. E brilhou tanto quanto nos gramados. O ex-atacante ocupou o cargo de presidente da Libéria entre 2018 e 2023.
Justin Fashanu (ING)
Por que é importante? Porque foi o primeiro jogador de alguma relevância a tornar pública sua homossexualidade. Atacante de origem nigeriana, mas nascido na Inglaterra, ele revelou sua orientação sexual em 1990, logo depois de trocar o Manchester City pelo West Ham. Após a declaração, sua carreira entrou em declínio, e Fashanu acabou se aposentando nos Estados Unidos. Um ano depois de abandonar os gramados, suicidou-se em meio a problemas com a Justiça -havia sido acusado de ter agredido sexualmente um jovem de 17 anos.
Vinícius Jr. (BRA)
Por que é importante? Porque transformou a luta contra o racismo em elemento central da sua carreira. É lógico que Vini Jr. não é o primeiro jogador a sofrer com preconceito racial. No entanto, nenhum atleta do seu nível (autor de gols em finais de Liga dos Campeões da Europa e protagonista de um time do porte do Real Madrid) foi tão para cima dos racistas quanto o brasileiro. E a prova máxima dessa militância é que o maior adversário que o ex-Flamengo enfrenta hoje não é nenhum zagueiro sedento por seu tornozelo, mas sim a estrutura racista que ainda comanda o futebol e está impregnada em elencos, torcedores, dirigentes e imprensa.
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