Rafael Reis

Rafael Reis

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

'Textor do Pachuca' rompeu com mais rico do mundo e dá dor de cabeça à Fifa

Adversário de estreia do Botafogo na Copa Intercontinental, o Pachuca também tem um John Textor para chamar de seu.

O milionário do setor varejista que financia e comanda as ações do clube mexicano, que enfrenta o campeão brasileiro e da Copa Libertadores da América a partir das 14h (de Brasília) desta quarta (11), no Qatar, é Jesús Martínez Patiño.

E, assim como Textor, o empresário não se contenta com apenas um time de futebol. Tal qual o dono do Botafogo, ele é dono de uma rede de equipes espalhadas por vários cantos do mundo.

Além do Pachuca, o portfólio de Martínez Patiño inclui mais três clubes do México (León, Mineros de Zacatecas e Coyotes de Tlaxcala), um do Chile (Everton) e um do Uruguai (Atlético Atenas). Dois anos atrás, o empresário chegou à Europa e adquiriu também o controle acionário do Oviedo, tradicional equipe espanhola que hoje joga na segunda divisão.

Briga com mais rico do mundo

Ao contrário de Textor, que comprou a SAF que administra o Botafogo há apenas dois anos, Martínez Patiño já está há quase 30 anos à frente do Pachuca. Foi em 1995 que ele comprou o clube do estado de Hidalgo — sim, o atual vencedor da Concachampions era uma estatal.

No começo da década passada, o conglomerado chegou a receber um aporte de Carlo Slim, dono da Claro e, na época, o homem mais rico do planeta.

Só que Martínez Patiño não curtiu muito a ideia de ter alguém questionando suas decisões e apresentando sugestões que divergiam das suas ideias. Em 2017, cinco anos após o início da parceria, comprou de volta os 15% de ações pertencentes a Slim e voltou a "mandar sozinho" no Grupo Pachuca.

Complicou para a Fifa

O sucesso dos investimentos de Martínez Patiño no futebol chegou até mesmo a colocar a Fifa em uma situação delicada.

Continua após a publicidade

Dois clubes do grupo liderado pelo empresário (Pachuca e León) venceram a Concachampions no último quadriênio e conquistaram a classificação para a edição de estreia do Super Mundial de Clubes.

Só que o regulamento da competição não permite a participação de equipes que compartilham proprietário. Por isso, pelo menos em tese, um dos clubes precisa ser excluído e substituído por outro participante.

A Fifa promete tomar uma decisão definitiva sobre o caso no começo do próximo ano. Já Martínez Patiño tem dados declarações otimistas pedindo que a entidade abra uma exceção à regra.

O Pachuca está no Grupo H do Super Mundial e terá Real Madrid, Al-Hilal e Red Bull Salzburg como adversários na fase classificatória. O León, por sua vez, jogará por vaga nos mata-matas decisivos contra Flamengo, Espérance e Chelsea.

O que é a Copa Intercontinental?

O torneio que o Botafogo começa a disputar hoje nada é mais que uma nova versão daquele Mundial de Clubes anual realizado pela Fifa, mas com outro nome e um regulamento diferente.

Continua após a publicidade

A partir desta temporada, o vencedor da Libertadores entra na disputa a partir das quartas de final, e não mais na semi, como era até 2023. Em compensação, o representante da Europa, que também fazia duas partidas no torneio, só terá de jogar a decisão.

Assim, caso derrote o Pachuca, o atual campeão brasileiro e sul-americano ainda precisará medir forças (e sair de campo vitorioso) com o Al-Ahly, do Egito, no sábado, e para ganhar o direito de encarar o poderoso Real Madrid, dia 18 (quarta-feira), no estádio Nacional de Lusail, sede da final da Copa do Mundo-2022.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.