Por que Palmeiras consegue pagar mais para Abel que gigante de Portugal?
O desejo do Sporting de tirar Abel Ferreira do Palmeiras e levá-lo de volta para o futebol português esbarra no fator econômico.
Embora seja uma das três maiores potências da terra de Cristiano Ronaldo e uma força relevante no cenário europeu, o clube de Lisboa não tem como competir com o salário de aproximadamente 6 milhões de euros (R$ 38,3 milhões) anuais que o treinador recebe no Brasil.
Por isso, apesar do interesse revelado pelo jornal "O Jogo", no último fim de semana, é pouco provável que o Sporting consiga contratar nas próximas semanas/meses o técnico vencedor de duas edições da Copa Libertadores da América (2020 e 2021) e mais duas Campeonato Brasileiro (2022 e 2023).
Último técnico ganhava metade
Técnico do Sporting até pouco mais de um mês atrás, quando se transferiu para o Manchester United, Rúben Amorim recebia metade do salário de Abel.
Apesar de ter conquistado dois títulos portugueses no José Alvalade e de há tempos ser tratado como um dos treinadores mais promissores da Europa, ele faturava "apenas" 3 milhões de euros (R$ 19,2 milhões) por temporada.
Ex-treinador do time B que foi promovido à equipe principal depois da saída de Amorim, João Pereira ganha menos ainda. Embora não haja confirmação sobre sua remuneração, ela é bem inferior a 2 milhões de euros (R$ 12,7 milhões) a cada 12 meses.
Receita maior, mas...
O curioso é que o Sporting não consegue competir com o Palmeiras no quesito "salário de Abel" apesar de ter um faturamento maior que o do clube brasileiro.
De acordo com relatório apresentado à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários), a equipe portuguesa arrecadou 246,7 milhões de euros (quase R$ 1,6 milhão) na última temporada completa (2023/24), a melhor marca de toda sua história.
O valor supera (e com folga) o volume de receitas do Palmeiras. Em 2023, último ciclo com resultado financeiro já fechado e divulgado, o time alviverde viu entrar em seus cofres um total de R$ 839 milhões.
Neste ano, o clube paulista ultrapassará pela primeira vez a barreira do R$ 1 bilhão em receitas. Mesmo assim, ainda ficará distante do resultado do Sporting.
A questão é que a equipe portuguesa gasta muito, mas muito mais mesmo, que o Palmeiras com a compra de direitos econômicos de jogadores. E aí fica sem sobra em caixa para elevar seu patamar salarial.
De acordo com o "Transfermarkt", plataforma especializada na cobertura do Mercado da Bola global, o time lisboeta investiu 52,9 milhões de euros (R$ 337,3 milhões) em novas peças para o seu elenco só na última janela de transferências, ou seja, entre julho e agosto.
Como comparação, no mesmo período, o Palmeiras gastou 17,5 milhões de euros (R$ 111,6 milhões) em reforços. Considerando o ano de 2024 inteiro, esse valor chega a 34,2 milhões de euros (R$ 218,2 milhões).
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