Alta do dólar encarece reforços, mas não segura 'invasão gringa' ao Brasil
Nem mesmo a escalada no preço do dólar foi suficiente para mudar os planos dos clubes brasileiros para 2025 e conter a invasão de jogadores, técnicos e dirigentes estrangeiros ao futebol pentacampeão mundial.
Apesar de a cotação da moeda norte-americana ter se estabelecido acima dos R$ 6 a partir do fim de novembro, um patamar jamais antes atingido, as equipes da terra de Ronaldo, Romário, Ronaldinho e Neymar continuam investindo pesado em novos gringos.
O Palmeiras já anunciou a chegada do atacante uruguaio Facundo Torres, que estava no Orlando City (EUA). O Fortaleza, por outro lado, reforçou seu meio-campo com o argentino Pol Fernández, ex-Boca Juniors. E o Flamengo entregou o comando do seu departamento de futebol ao português José Boto.
Já o Corinthians quer o astro francês Paul Pogba, campeão da Copa do Mundo-2018, para formar uma dupla pra lá de midiática com o holandês Memphis Depay. O Cruzeiro, por outro lado, pensa em ter o espanhol Sergio Ramos, antigo capitão do Real Madrid, como novo líder da sua defesa.
Ainda que a janela de transferências de janeiro nem esteja oficialmente aberta, os clubes da primeira divisão brasileira já fizeram oito contratações de jogadores estrangeiros para a nova temporada.
De acordo com o "Transfermarkt", plataforma especializada na cobertura do Mercado da Bola, o volume de dinheiro movimentado por esses negócios já alcançou a marca de 16,5 milhões de euros (R$ 105,6 milhões). Mas esse valor irá aumentar bastante nas próximas semanas.
Estrangeiros cada vez mais caros
A desvalorização do real em relação principalmente ao dólar e ao euro é um problema para os clubes brasileiros porque torna mais caras as operações com times e profissionais de outros países.
A contratação de Facundo Torres pelo Palmeiras é um bom exemplo dessa dinâmica. O clube paulista pagou US$ 12 milhões pelo uruguaio. No começo de novembro, esse valor equivalia a R$ 69,6 milhões. Agora, já vale R$ 74,2 milhões. Ou seja, houve um aumento de quase R$ 5 milhões em apenas dois meses.
Além dos valores relativos à compra de direitos econômicos, há uma outra importante questão a ser analisada. Jogadores e treinadores estrangeiros muitas vezes assinam contratos com salários vinculados a moedas estrangeiras.
Então, se o dólar e o euro sobem, os rendimentos desses profissionais crescem junto, tornando-os mais caros para os times do "país do futebol".
Recorde atrás de recorde
A melhoria nas finanças dos clubes daqui e o distanciamento cada vez maior para o faturamento das equipes do restante da América do Sul tem provocado uma verdadeira invasão estrangeira ao futebol brasileiro.
O número de atletas oriundos de outros países atuando na Série A saltou de 48 em 2014 para 140 na temporada passada.
Todos os times que disputaram a edição mais recente da primeira divisão brasileira tinham pelo menos um estrangeiro em seu elenco. O Vasco, o "mais gringo" de todos, chegou a contar com 12 atletas não-brasileiros.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.