Textor apela a 'jeitinho' para poder levar jogadores do Botafogo ao Lyon
Thiago Almada já até anunciou que trocará o Botafogo pelo Lyon nesta janela de transferências. E Luiz Henrique pode seguir o mesmo caminho.
No entanto, as transferências de dois dos destaques do clube carioca na conquista do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores da América para o futebol francês só poderão rolar se John Textor conseguir emplacar o seu "jeitinho".
O magnata norte-americano, que é acionista majoritário das duas equipes envolvidas nas transações, precisa emplacar com as autoridades responsáveis pelo Fair Play Financeiro da França a tese de que o Lyon pode sim contratar neste Mercado da Bola desde que não precise gastar para isso.
Em novembro, a equipe foi punida sete vezes campeã da Ligue 1 foi punida com a proibição de reforçar seu elenco no Mercado da Bola de janeiro (e com um possível rebaixamento em 2025/26) por não se alinhar ao regulamento financeiro da competição.
Classificação e jogos
O Lyon tem dívidas superiores a 500 milhões de euros (R$ 3,2 bilhões) e, na temporada passada, a primeira da gestão Textor, continuou gastando normalmente mesmo com as cobranças feitas pelo órgão regulador da França.
O argumento que o bilionário pretende apresentar à DNCG (Direção Nacional de Controle e Gestão) é que a chegada de Almada (e possivelmente de Luiz Henrique, que ainda pode ser vendido a outros mercados) não pioraria as condições financeiras do clube francês, já que ele seria emprestado sem custo algum pelo Botafogo. Por isso, o negócio deveria ser aprovado apesar da sanção aplicada.
Regras do 'transfer ban'
De acordo com o advogado Marcos Motta, especialista no mundo das transferências do futebol, o Lyon estaria realmente proibido de registrar novos jogadores caso tivesse recebido um "transfer ban" da Fifa.
No entanto, o nome do co-irmão do Botafogo não aparece na lista dos times que estão proibidos de contratar (normalmente por calotes em negócios anteriores) disponibilizada pelo órgão que gerencia o futebol mundial.
Por isso, como não existe nenhuma punição global envolvendo o Lyon, o que vale são as regras locais. Ou seja, cabe à França o poder de decidir se o clube não pode mesmo contratar ou "apenas" gastar com contratações.
'Jeitinho' atrás de 'jeitinho'
Essa não é a primeira vez que Textor apela ao 'jeitinho' para conseguir driblar as restrições impostas pelo fair play financeiro da França e reforçar o Lyon.
No começo da temporada passada, o clube havia sido proibido de aumentar a folha salarial e de reinvestir o dinheiro recebido com transferências de jogadores.
Então, o que Textor fez? Utilizou um outro time de sua propriedade (o RWD Molenbeek, da Bélgica) para pagar os 25 milhões de euros (quase R$ 160 milhões) da contratação do atacante ganense Ernest Nuamah e o repassou gratuitamente e de imediato, via empréstimo, ao Lyon.
A Fifa chegou a reclamar desse movimento atípico, que supostamente feria seus códigos. No entanto, não fez nada de concreto para impedir o negócio e nem aplicou uma punição ao dirigente norte-americano ou aos clubes envolvidos.
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