Nova Caledônia: arquipélago com 300 mil habitantes está a 2 jogos da Copa
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Um arquipélago no meio do Oceano Pacífico, com uma população inferior a 300 mil habitantes e que nem é politicamente independente está a duas partidas de conquistar a classificação para a Copa do Mundo-2026.
A seleção de Nova Caledônia perdeu sua primeira oportunidade de obter a vaga inédita para o principal torneio de futebol ao planeta ao ser derrotada por 3 a 0 pela Nova Zelândia, na madrugada de ontem, na decisão das eliminatórias da Oceania.
Só que a 152ª colocada no ranking da Fifa terá uma nova chance de fazer história daqui a um ano, em março de 2026, quando será disputada a repescagem global do qualificatório.
O torneio dará duas vagas no Mundial para seleções que ficaram no quase nas eliminatórias dos seus continentes (um time da Ásia, um da África, um da Oceania, um da América do Sul e dois das Américas Central, do Norte e Caribe).
Os seis times participantes serão divididos em duas chaves de três. Em cada uma delas, as duas equipes de pior ranking disputarão um confronto eliminatório pelo direito de jogar contra a seleção mais bem ranqueada valendo a classificação para a Copa-2026, também em partida única.
Colônia da França
Apesar de ser filiada à Fifa e de ter uma seleção de futebol em atividade desde a década de 1950, a Nova Caledônia não é propriamente um país. Na verdade, o arquipélago pertence à França e, em última instância, ainda é governado por Emmanuel Macron.
A representação da colônia no governo de Paris é feita por apenas dois senadores (de um total de 348) e dois deputados (de 577).
O território, que tem no turismo e na exploração de níquel duas das suas principais fontes de renda, até realizou alguns plebiscitos para discutir sua independência. No entanto, a maioria da sua população sempre optou por permanecer como parte da França -no pleito mais recente, foram 53,26% de votos para que tudo continuasse como estava.
E no futebol?
Como a Nova Caledônia faz parte da França, todos os seus cidadãos possuem passaporte francês. Logo, estão automaticamente qualificados para defender a seleção de Kylian Mbappé e cia.
Por causa dessa particularidade, o pouco conhecido arquipélago do Pacífico já produziu até mesmo um campeão mundial de futebol.
O ex-volante Christian Karembeu, que jogou no Real Madrid e fez parte do elenco da França que conquistou o título da Copa-1998, é natural de Lifou, uma das principais cidades neocaledônicas.
Algo semelhante acontece com os clubes. Apesar de disputarem os campeonatos nacionais da Nova Caledônia, os times do arquipélago (e dos demais territórios) também estão aptos a participar anualmente da Copa da França.
Na temporada passada, o Hienghéne Sport, representante da colônia, entrou na sétima rodada da competição e perdeu logo de cara por 4 a 0 para o Thionville Lusitanos, da quinta divisão francesa.
A participação neocaledônica na edição em andamento do torneio foi cancelada devido a protestos ocorridos no território no ano passado, que deixaram pelo menos 13 mortos. No entanto, os clubes da região devem retornar à disputa na próxima temporada.
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