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Flamengo, enfim, é líder. Mas agora Ceni precisa vencer quem nunca venceu
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O elenco tecnicamente mais qualificado e mais caro do Brasil, favorito de dez entre dez analistas para a conquista do Brasileiro, antes do início do torneio, demorou 37 rodadas para assumir a liderança. Falta ainda uma vitória, contra o São Paulo, para garantir o octacampeonato brasileiro. Já dá para a torcida rubro-negra comemorar? Definitivamente, não.
Flamengo e São Paulo jogaram três vezes na temporada 2020. Duas partidas no Morumbi, uma no Maracanã. Três vitórias são-paulinas: 4 a 1 (pelo turno do Brasileiro) e 2 a 1 e 3 a 0 (pela Copa do Brasil). Não custa lembrar, mesmo no ano mágico de 2019, sob o comando de Jorge Jesus, o rubro-negro carioca foi incapaz de bater o tricolor paulista: foram dois empates: 1 a 1, no Morumbi e 0 a 0, no Maracanã.
É possível ganhar, agora? Sim. Desde que Arrascaeta, Gerson, Bruno Henrique e Gabigol façam a diferença, como fizeram contra o Inter (o segundo gol, de Gabriel, foi uma pintura, após passe perfeito de Arrascaeta). Mas é necessário também que Éverton Ribeiro desperte do sono letárgico em que parece ter mergulhado desde que voltou do período na seleção brasileira de Tite.
É o suficiente? Ainda não. É preciso também que Gustavo Henrique entenda, de uma vez por todas, tratar-se de atitude estúpida e inaceitável puxar a camisa de um jogador adversário dentro da área, em tempos de VAR, como fez com Yuri Alberto, no pênalti que permitiu que o Internacional abrisse o placar, no Maracanã. A falta foi tão evidente que o juiz marcou, sem precisar da auxilio do árbitro de vídeo. Mas alguém duvida de que se não tivesse assinalado a falta, ela seria denunciada pelo VAR? Pois é.
O Flamengo de Rogério Ceni é um time em evolução (ganhou quatro dos cinco últimos jogos), mas não se pode dizer ainda que é cem por cento confiável. Até porque o treinador adora inventar, como aconteceu uma vez mais diante do Colorado, ao colocar Pedro, no lugar de Isla, abrindo uma avenida no lado direito de sua defesa. Não chegou a ser punido por isso (e, pouco depois, rearrumou a zaga, botando João Lucas em campo), mas a verdade é que cada vez que apela para o banco, o torcedor rubro-negro sente um calafrio na espinha.
Ceni veio para o Flamengo para conseguir o seu primeiro grande título na carreira. Tinha três grandes chances, mas perdeu a Copa do Brasil (eliminado pelo São Paulo), a Libertadores (nos pênaltis, contra o Racing) e a sua última oportunidade está neste Brasileiro, em que alcança a liderança, na última rodada.
Seu trabalho é bom? Razoável, digo, por enquanto. Não tivesse cometido erros cruciais em jogos nos quais foram perdidos pontos importantes, diante de adversários indiscutivelmente mais fracos (Ceará, Fortaleza e Atlético Goianiense), o Flamengo já teria abiscoitado o oitavo Brasileiro.
Agora, para levantar o título mais importante de sua iniciante carreira, Rogério precisa vencer, pela primeira vez, o São Paulo, onde se consagrou como maior ídolo do clube, como jogador. O Morumbi, palco onde foi protagonista de tantas glórias, o consagrará, uma vez mais? A conferir, na próxima quinta-feira...
O homem de 1 milhão de reais
Não seria absurdo que Rodinei tivesse recebido apenas o cartão amarelo, no lance em que acabou expulso, após entrada violenta no tornozelo de Filipe Luís.
Mas também não foi nada de mais a decisão de Raphael Claus (o melhor árbitro do país, na atualidade) ao optar pelo vermelho, ao ver, no vídeo, como foi brutal a falta no tornozelo do lateral rubro-negro, ainda que não tenha sido intencional.
Dizer que o Internacional foi surrupiado, por causa disso, é chororô de bobo alegre. Pobre do Colorado com um vice-presidente de futebol desses, na temporada de 2021.
Em tempo: foi em cima de Rodinei que Bruno Henrique construiu a jogada do primeiro gol do Flamengo. E teve um cidadão que pagou R$ 1 milhão para que o jogador, emprestado pelo rubro-negro carioca, pudesse ser escalado.
O mesmo que agora promete uma "mala branca" para incentivar os jogadores do São Paulo a tirar pontos do Flamengo, para o Internacional ser campeão. A que ponto chegamos...
O legado
Quatro rebaixamentos em 12 anos. Média de uma queda para a segunda divisão a cada três temporadas. Legado de um dos mais perniciosos dirigentes do Vasco (e do futebol brasileiro) em todos os tempos. Precisa dizer quem foi?
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