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RMP: Nas semifinais da Libertadores, o verdadeiro Hulk foi Bruno Henrique
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Hulk chegou às semifinais da Libertadores como principal atacante do Atlético Mineiro e, para muitos, o melhor jogador do Brasil. Perdeu um pênalti decisivo no Allianz Parque e, bem marcado por Felipe Melo, sumiu no Mineirão, na desclassificação do seu time para o Palmeiras. Quem desequilibrou nessa fase do torneio foi outro "avançado" brasileiro: Bruno Henrique, que marcou os quatro gols da classificação do Flamengo, diante do Barcelona de Guayquil, vestindo, ele, a capa de super-herói de verdade.
Com 18 gols, nos seis jogos de mata-mata desta atual edição (média de 3 por partida), o rubro-negro carioca tem disparado o ataque mais positivo e caminha a passos largos para se tornar o time que marcou mais vezes na história da competição: o recorde é do Palmeiras, de Abel Ferreira, no ano passado, com 33 gols. Antes da final, o Flamengo já tem 32. Basta balançar a rede duas vezes na decisão.
O time de Renato Gaúcho não é perfeito, nem tão encantador quanto o inesquecível esquadrão dirigido por Jorge Jesus. Difícil imaginar que algum outro o será. Mas joga muito, muito, vou repetir, muito mais do que fizeram as atrapalhadas e atravancadas equipes de Domènec Torrent e Rogério Ceni. Dizer o contrário é brigar com os fatos.
Há, entre muitos torcedores e boa parte da imprensa, impressionante necessidade de enxergar defeitos no vitorioso Flamengo dirigido por Portaluppi. "Dá muitos espaços ao adversário"; "joga como se estivesse numa briga de rua"; "não fossem as defesas de Diego Alves, os resultados seriam outros"; "tudo é mérito individual dos jogadores". E por aí vai. Argumentos repetidos à exaustão nas caixas de ressonância das redes sociais, onde pouco se cria e tudo se copia (ave, Velho Guerreiro!).
Mas será que boa parte desses "problemas" não são intencionais? Será que dar espaço para que o rival o ataque, em determinados momentos da partida, não visa criar espaços para a reação de jogadores extremamente habilidosos e rápidos, como Gabriel, Bruno Henrique, Arrascaeta e Éverton Ribeiro (que está voltando a jogar o fino da bola)? São perguntas que deixo no ar.
Com a vitória no Equador, Renato se tornou o treinador com maior número de vitórias na história da Libertadores (50) e chega à sua terceira final da competição, igualando-se, no Brasil, a Telê, Felipão e Zezé Moreira. E aí eu me lembro de um velho provérbio chinês:
"Se o cavalo vencer uma vez, sorte. Se o cavalo vencer pela segunda vez, coincidência. Se ele vencer pela terceira vez, aposte nele".
Uma obra prima
Em tempo: o segundo gol do Flamengo é um primor de construção coletiva. Foram 12 passes de Diego Alves até a conclusão de Bruno Henrique, passando pelos pés de todo o time rubro-negro. Renato não tem mérito nisso? Ah, parem, simplesmente, parem...
Palavras do Mister
"Prefiro mil vezes ganhar de 5 a 4 do que por 1 a 0".
Jorge Jesus, quando questionado, no Flamengo, num jogo em que seu time cedeu muitas oportunidades de gol ao adversário.
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