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RMP: Em noite desastrosa de Renato, VAR salva o Flamengo
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Em 45 anos de jornalismo (comecei em 1976, no Jornal do Brasil), não me lembro de ter visto um treinador substituir o seu melhor jogador em campo, salvo por motivo de contusão. Pois Renato Gaúcho cometeu tal bizarrice na Arena da Baixada, ao tirar Michael que era o único atacante de sua equipe que atuava razoavelmente bem.
Na coletiva pós-jogo, o técnico alegou que, cansado, Michael teria pedido para sair, algo insólito para um jogador jovem e em plena forma. Mas ao comentar, em seguida, que em duas jogadas anteriores, o ponta já não acompanhara a subida do lateral adversário, deixou no ar que essa foi, na verdade, a razão determinante para a estranha substituição.
Bafejado pela sorte, o Flamengo de Renato escapou da derrota para o Athletico Paranaense graças a um gol de pênalti marcado pelo VAR, aos 50 minutos. Pedro, substituto de Gabigol, que sofreu uma entorse de tornozelo, bateu e marcou, decretando o empate em 2 a 2, resultado que leva a decisão para o Maracanã em igualdade de condições.
Parêntesis obrigatório: se foi penalidade máxima a "braçada" de Fasson no rosto de Rodrigo Caio; por que não foi também no jogo de domingo passado, quando Yuri atingiu Vitinho da mesma maneira? Mistérios insondáveis da péssima arbitragem brasileira, dentro de campo e nos gabinetes do VAR.
O empate conquistado na bacia das almas salvou o Flamengo da derrota, mas seu desempenho foi sofrível, talvez o pior sob o comando de Portaluppi. Nem quando ganhava (terminou o primeiro tempo com a vantagem de 1 a 0) jogava de forma satisfatória. O gol de Thiago Maia nasceu por acaso: Gabigol chutou, a bola desviou em William Arão e sobrou para o segundo volante, livre, na mesma linha do último defensor do Athletico. O VAR checou e confirmou.
Após o intervalo, o duelo dos rubro-negros começou a tender para os paranaenses, que viraram o placar explorando conhecida debilidade da zaga carioca: as bolas altas sobre a área. Duas cabeçadas, dois gols. Em ambos, falhou Léo Pereira, o que também não chega a ser novidade.
A essa altura, Renato já cometia erros graves: Andreas Pereira, uma vez mais jogando adiantado, levara cartão amarelo e não produzia nada, mas o técnico demorou uma eternidade para substituí-lo. Éverton Ribeiro tampouco atuava bem e não saiu.
Gabigol torceu o tornozelo e, em vez de tirá-lo imediatamente, o técnico deixou-o ainda em campo até que o próprio artilheiro pediu substituição. Vitinho e Kenedy entraram e não viram a bola. Enfim, um desastre.
O aproveitamento do Flamengo com Renato ainda é bom (79,5% após os dois últimos empates), mas é evidente a queda de produção da equipe. Os desfalques de Arrascaeta e Bruno Henrique pesam, mas mesmo sem eles o time tem obrigação de jogar mais do que tem feito nas últimas partidas.
O desgaste pela sequência de jogos não é uma justificativa suficiente. O Atlético Mineiro, que tem jogado tanto quanto o Flamengo, atropelou o Fortaleza (adversário mais forte que o Athletico Paranaense) e está virtualmente na final da Copa do Brasil. O time de Renato ainda precisa lutar para chegar lá. E, se passar, terá que voltar a render muito mais do que fez contra o Cuiabá e o Athletico Paranaense, para conquistar o título.
Em tempo: sábado tem Fla-Flu. Se dependesse da vontade do técnico, o Flamengo iria com o sub-20. Por enquanto, desfalques confirmados apenas de Filipe Luís (terceiro cartão amarelo) e Gabigol (por causa da entorse no tornozelo). Bruno Henrique e David Luís têm chances de ficar no banco de reservas. A conferir as cenas dos próximos capítulos. Os últimos, para os rubro-negros cariocas, não foram animadores.
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