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Renato Mauricio Prado

REPORTAGEM

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RMP: Prioridade do Flamengo é a contratação de Gallardo

29/11/2021 19h37Atualizada em 29/11/2021 21h14

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Jorge Jesus era o sonho de todos. Mas a situação do Mister é muito complicada, pois tem contrato com o Benfica até o final de maio de 2022 e sua mulher ( que foi a principal responsável por sua saída, em 2020) não quer que ele volte para o Brasil. Diante disso, a diretoria do Flamengo já elegeu seu alvo prioritário: o argentino Marcelo Gallardo, que está de saída do River Plate.

Os portugueses Carlos Carvalhal e Leonardo Jardim também estão na lista de possíveis substitutos de Renato Gaúcho, mas só deverão ser procurados caso os dirigentes rubro-negros não consigam convencer Gallardo a assumir o comando do departamento de futebol do clube. Querem que ele faça aqui exatamente como faz no River Plate. Supervisionar tudo: do campo às áreas médica e de preparação física e até as divisões de base.

Tricampeão da Libertadores (como jogador, em 96, e como treinador em 2016 e 2018), El Muñeco, como é chamado na Argentina, ganhou todos os títulos possíveis à frente do River Plate. O último que lhe faltava foi conquistado na atual temporada, o campeonato argentino. Ele é, na atualidade, o treinador sul-americano mais bem sucedido no continente.

Para contratá-lo, o Flamengo precisará agir rapidamente e vencer a concorrência de outros interessados, como a Federação Uruguaia, que sonha em entregar a Gallardo o comando da Celeste Olímpica, após a saída do Maestro Óscar Tabárez, afastado após 15 anos no cargo.

Informações vindas da Argentina dão conta de que, se vier, Marcelo Gallardo trará toda a sua comissão técnica, que custaria cerca de R$ 5 milhões por mês. O salário do treinador, incluído nesse total, giraria em torno de R$ 3,2 milhões. É caro? Sim. Mas tudo indica que vale o investimento. E o gasto ainda seria menor do que a contratação dos portugueses Carlos Carvalhal ou Leonardo Jardim.

Demitido oficialmente na segunda-feira posterior à derrota na final da Libertadores, Renato já não tinha a menor condição de continuar à frente do Flamengo. Após um início espetacular e surpreendente, foi demonstrando suas deficiências, quando perdeu alguns dos principais titulares do elenco.

A meu ver, a diretoria (leia-se, principalmente, Marcos Braz) errou feio ao não aceitar o cargo que ele pôs à disposição, após a vexatória eliminação na semifinal da Copa do Brasil, em pleno Maracanã, diante do Athletico Paranaense.

A gota d'água em seu divórcio com a torcida rubro-negra aconteceu no empate com o Grêmio, quando o treinador não demonstrou entusiasmo algum com os gols de Vitinho e ainda foi flagrado em conversas inexplicáveis com Cortez, à beira do gramado, antes da cobrança de um lateral.

Com um semblante nitidamente abatido, o técnico que deu raivosa entrevista, na véspera da final, já era um homem derrotado, consciente de que seu destino estava traçado. E, para piorar, ainda veio a derrota para o Palmeiras, na prorrogação de um jogo em que ele voltou a cometer os erros de sempre.

Com Renato, foi demitido também o auxiliar Marcelo Salles, o Fera, que Marcos Braz trouxera de volta ao clube (ele fora demitido a pedido de Jorge Jesus, que não queria nenhum assistente brasileiro). Sua saída indica o enfraquecimento do vice-presidente de futebol que, pelo que se comenta na Gávea, também deixará o cargo, ao final do ano, passando a se dedicar apenas à Câmara de Vereadores, na qual se elegeu a reboque do glorioso ano de 2019. Foi a pedido de Braz que Renato integrou o Fera em sua comissão técnica.

A reformulação de todo o departamento de futebol rubro-negro está apenas começando, Muitas outras cabeças (inclusive de jogadores) ainda rolarão.

Será?

Se aquela bola chutada por Michael, rente à trave de Weverton, num dos últimos lances do tempo regulamentar, tivesse entrado, estaríamos vendo, lendo e ouvindo todas essas entusiasmadas loas ao técnico Abel Ferreira?