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RMP: Carreira de Rodrigo Caio está em risco
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Conversei com três renomados ortopedistas que já trabalharam com sucesso no futebol. Todos estão abismados com o que está acontecendo com Rodrigo Caio que, após uma simples artroscopia para corrigir lesão no menisco, enfrenta agora uma artrite séptica que, me explicaram, é um problema seríssimo que pode acabar com a carreira do jogador no futebol.
- Chega a ser tragicômico esse papo de que a infecção pode ter acontecido por um ferimento causado pelo próprio jogador, no joelho operado, durante as férias. O buraco é muito mais embaixo. Em 90% dos casos, essas infecções ocorrem por imperícia durante o procedimento ou no pós operatório. Jogar a culpa no próprio atleta é covardia - disse-me um deles, que me garante estar "bem a par do caso".
Em whatsapp de voz, divulgado pelo twitter oficial do Flamengo, o vice-presidente médico e chefe do Centro de Alto Rendimento do clube, o controverso Dr. Márcio Tanure, afirmou que "não houve intercorrências na cirurgia" e que novo "procedimento" foi realizado neste sábado, para que se pudesse avaliar com maior precisão as bactérias existentes na infecção (através de cultura) e o melhor tratamento para combatê-las.
Rodrigo Caio está internado desde o dia 2 deste mês, recebendo antibióticos por via venosa. Mas a infecção não cedeu. Ao contrário:
- Estão falando em um "procedimento" agora, mas desde que ele teve que ser internado de novo, no início deste ano, já foram feitos dois. O primeiro, uma lavagem mecano cirúrgica, esconderam. Pelo que tenho acompanhado, é uma baita lambança que não estão sabendo consertar.
Um dos médicos me contou, inclusive, que o plano original do Departamento Médico rubro-negro era dar alta a Rodrigo Caio, para "não chamar a atenção" e colocá-lo em casa, num home-care, que seria custeado pelo Flamengo. Como a notícia da internação vazou e o caso se agravou, decidiram mantê-lo no hospital.
Pedi a um dos médicos com que conversei que me desse uma "aula" sobre artrite séptica e ele foi bastante didático:
"A artrite séptica bacteriana é uma emergência clínica. A demora para estabelecer o diagnóstico e o tratamento pode resultar em destruição irreversível da articulação, havendo inclusive aumento de risco na taxa de mortalidade, por septicemia.
O tratamento de pacientes com artrite séptica baseia-se na antibioticoterapia intravenosa e na drenagem articular. A mobilização passiva dever ser feita de forma gradual, seguida de alongamento ativo das estruturas periarticulares, tentando-se evitar, desse modo, restrições na mobilidade articular (que poderiam dar fim à carreira do atleta).
Escolhe-se o antibiótico com base na coloração feita pelo "gram" (as bactérias são classificadas em gram + e gram - ), levando-se em conta também a idade do paciente e seus fatores de risco. As modificações da antibioticoterapia inicial devem ser conduzidas de acordo com a cultura e o antibiograma do agente isolado no líquido sinovial ou no sangue
Infecção pós operatória é uma situação a que todo cirurgião está sujeito. Mas fazendo todo preparo pré e per operatório, antibiótico durante a cirurgia e pós cirurgia, acompanhamento pós cirúrgico de perto, curativos bem feitos, etc., diminui-se muito o risco".
Esse ortopedista questiona até a época da cirurgia:
"O problema maior que eu vejo é a indicação da cirurgia. O cara ficou de fora VÁRIOS jogos para reequilíbrio muscular, por que só operou no final do ano? Será que não deveria ter operado antes, quando a condição de saúde geral do atleta estava melhor e o pós operatório não aconteceria nas férias? Será que havia alguma contra indicação?"
Quando já estava finalizando esse texto, um deles voltou a entrar em contato com uma notícia assustadora:
"Soube que ele está com MARSA ou MRSA, que chamamos de bicho ruim. Trata-se do Staphylococcus Aureus, resistente à meticilina, geralmente referido pelas siglas SARM ou MRSA (do inglês Methicillin-resistant Staphylococcus aureus) ou ORSA (do inglês Oxacillin-resistant Staphylococcus aureus), e também denominado, em inglês, Multiple-resistant Staphylococcus aureus, é uma bactéria que se tornou resistente a vários antibióticos. O caso, definitivamente, é muito sério".
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