Topo

Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

RMP: Mau gosto de Tite atrapalha a seleção

Tite durante a convocação da seleção brasileira nesta quinta-feira (13) - Lucas Figueiredo/CBF
Tite durante a convocação da seleção brasileira nesta quinta-feira (13) Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

13/01/2022 16h59Atualizada em 13/01/2022 17h16

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Tite não gosta de Vinícius Jr. Só o convoca por que não tem como justificar sua ausência. Mas adora Philippe Coutinho, que não joga bulhufas faz tempo e Daniel Alves, o vovô olímpico, um semiaposentado que levou um baile do moleque do Real Madrid no último "El Clássico".

O técnico ama também Éverton Ribeiro, que está há pelo menos um ano sem merecer a titularidade no Flamengo. E segue fiel a Gabriel Jesus, sabe-se lá o motivo. Se dependessem apenas das escolhas e convicções do "professor Adenor", as chances da seleção brasileira na Copa do Catar seriam praticamente nulas.

O que ainda pode salvá-lo é a nova geração que vem pedindo espaço com atuações que chamam a atenção no futebol europeu: Vinícius Jr., Antony, Raphinha, Matheus Costa e Rodrygo, por exemplo. Difícil é o treinador ter a coragem de escalá-los e, principalmente, deixá-los jogar como jogam em seus clubes. Porque sua obsessão defensiva (que já o levou a colocar Vini marcando lateral!) é incomensuravelmente maior do que sua volúpia ofensiva, normalmente, entregue apenas e tão somente às arrancadas (cada vez menos decisivas) de Neymar.

Um futuro que já é presente pode refrescar a mofada e previsível equipe de Tite, tornando-a, como num passe de mágica, séria candidata ao título mundial. Mas se Tite continuar agarrado ao passado e a seus fantasmas de 2018 (não se espantem se até o Mundial ele ainda ressuscitar Renato Augusto, Paulinho, Fágner e que tais), nova eliminação precoce, diante de um europeu estará a caminho.

Em tempo: Tite não viu Raphael Veiga jogar na última temporada? Beira o inacreditável não dar uma chance ao meia do Palmeiras, preferindo insistir com Coutinho. É a tal história do passado preterindo o presente e o futuro. Haja teimosia. E cegueira.