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RMP: Em jornada infeliz, Sousa incensa Diego e ataca Marinho
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É óbvio que o trabalho mal engatinha e é prematuro (e até injusto) qualquer julgamento definitivo sobre o trabalho do português Paulo Sousa. Mas que ele foi mal, muito mal, em seu primeiro teste de verdade à frente do Flamengo foi. Como justificar a escalação escalafobética, com Rodinei na ala direita e Diego como um dos três "avançados" - escolhas incompreensíveis até mesmo quando se fala em "rodar" o elenco e dar "minutagem" a todos.
Fla-Flu não é jogo pra isso. Ainda mais com o histórico de recentes derrotas seguidas para um adversário tradicional, mas reconhecidamente mais fraco em termos técnicos e, acima de tudo, infinitamente mais pobre economicamente. Ninguém o alertou sobre a importância da vitória num clássico tão histórico? O resultado é que o rubro-negro perdeu mais uma. Exatamente como perdera as anteriores. Dominou a partida, criou mais oportunidades, mas não marcou e sofreu um gol no final. Idêntico ao que se passara sob o comando de Rogério Ceni e Renato Gaúcho.
A derrota, entretanto, nem deve ser considerada a infelicidade maior de Sousa na jornada de domingo. Em sua entrevista coletiva, ele se desmanchou em elogios ao desempenho de sua equipe no primeiro tempo (deu até a impressão de ter visto outra partida) e, em especial, à atuação de Diego, inútil sob qualquer ponto de vista, mas incensado pelo treinador como um dos jogadores mais valiosos do elenco.
Já estará o novo "mister" também preocupado em agradar à "geração 85" e, ingenuamente, achar que assim pode "ganhar o grupo"? Seria de bom alvitre lembrá-lo que foi dessa forma que Rogério Ceni começou a cavar a própria sepultura, mesmo conquistando o título brasileiro de 2020.
Pior do que a defesa injustificada do camisa 10, porém, foi o (novo) ataque a Marinho, jogador que, mesmo em sua excelente estreia, mereceu críticas do treinador. Dessa vez, Sousa foi enfático em dizer que o ex-jogador do Santos não cumpriu suas determinações táticas, numa crítica pública surpreendente e covarde a um jogador do seu elenco.
Detalhe: mesmo sem brilhar, Marinho fez mais do que Diego enquanto esteve em campo. Numa arrancada, pela direita, nos minutos finais, deixou Gabigol cara a cara com o goleiro. Com grande defesa, Marcos Felipe evitou o empate. O camisa 10 não criou rigorosamente nada parecido.
Marinho traz ao grupo do Flamengo armas que ele não possui, como os chutes de longa distância e as cobranças de falta sempre perigosas. É também um jogador capaz de desequilibrar partidas com seu talento natural. Ao contrário de Diego, um atleta em fim de carreira e cada vez mais limitado e previsível.
Paulo Sousa é um técnico moderno e, ao menos na teoria, de boas ideias, bem expressas em entrevistas inteligentes e simpáticas. Mas precisa transformar tudo isso em resultados. Algo que não conseguiu até agora na carreira, onde não venceu nem sequer metade dos jogos que disputou.
É bom que abra o olho...
Alucinação
É cristalino que as maiores deficiências do elenco rubro-negro estão na defesa: falta um grande goleiro (Hugo falhou grosseiramente no gol do Fluminense e Diego Alves já começa a temporada no departamento médico) e, pelo menos, dois zagueiros: Gustavo Henrique e Léo Pereira não são confiáveis e David Luiz, pela idade, dificilmente, conseguirá jogar com regularidade. De Rodrigo Caio nem vale a pena falar.
Marcos Braz e Bruno Spindel, contudo, passeiam pela Europa, dispostos a gastar fortunas com Andreas Pereira (um bom jogador, mas nada extraordinário) e Éverton Cebolinha. Parece até piada. De mau gosto.
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