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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

RMP: Arrascaeta e Gabigol tornam Paulo Sousa inteligente de novo

14/02/2022 01h31Atualizada em 14/02/2022 01h33

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A expectativa era que Paulo Sousa usasse o jogo contra o Nova Iguaçu como uma espécie de coletivo apronto para a final da Supercopa do Brasil, contra o Atlético Mineiro, no próximo dia 20. Não foi o que ele fez. Fiel ao plano de "rodar" o elenco e dar "minutagem" (argh!) semelhante a todo o elenco, no mínimo, nos primeiros sete compromissos sob o seu comando, o novo Mister mandou a campo a quarta escalação diferente (em quatro partidas) e conseguiu uma goleada por 5 a 0 sobre o lanterna do campeonato, alcançando o segundo lugar na tabela de classificação.

Sousa parece muito mais preocupado em fazer que todos assimilem o novo esquema tático do que em escolher aqueles que serão os futuros titulares. Na coletiva pós-jogo ressaltou que não pretende ter apenas "onze" eleitos, mas muitos outros prontos para entrar (e sair) do time sem que o modelo adotado se desvirtue. Algo comum nos principais times europeus - vide o fantástico City de Guardiola que ora joga com centroavante, ora, sem e troca de nomes na escalação com a sem cerimônia que se troca de camisa.

Se vai dar certo no Flamengo, só o tempo dirá. Diante do frágil Nova Iguaçu, deu. As belas atuações de Arrascaeta (o melhor em campo) e Gabigol facilitaram aquele que, se pode dizer, foi, taticamente, o melhor desempenho sob a batuta do português.

Os alas, notadamente Rodinei (acredite se quiser!), chegaram à linha de fundo, a linha de três zagueiros (com boa estreia de Fabricio Bruno) não foi ameaçada e soube fazer bem a saída de bola e se os volantes (Arão e João Gomes) ficaram devendo na armação, os deslocamentos de Arrascaeta, Gabigol e Marinho garantiram o poderio ofensivo e a vitória tranquila.

A ponto de, no final, Paulo Sousa promover alterações que, em um confronto menos tranquilo, causariam arrepios nos torcedores, como o recuo de William Arão para a zaga, a entrada de Diego, como volante, e a de Renê (cadê o Ramon???) na ala esquerda. A partida já estava tão fácil que, em passe de Renê, Diego fechou a goleada, marcando o quinto gol.

Pedro, que também entrou no final, fizera o quarto, em passe açucarado de Gabigol, mas o sonho da torcida em vê-los efetivados como dupla de ataque sofreu uma ducha de água fria quando, na entrevista, Paulo Sousa fez ressalvas ao desempenho tático do ex-jogador do Fluminense, afirmando que ele precisa melhorar a movimentação em campo, o que me leva a crer que, quando recuperado, Bruno Henrique ainda estará à frente dele para formar o trio de ataque com Arrascaeta e Gabigol.

A conferir os próximos capítulos desta história que começa a ser contada pelo novo Mister rubro-negro. A final da Supercopa, contra o Atlético Mineiro, dirá se a novela começará com ou sem emoção...

Em tempo: dessa vez, no Estádio da Cidadania, não foi ouvido o coro de "burro" direcionado ao treinador pela torcida, na partida anterior. Arrascaeta e Gabigol "devolveram a inteligência" ao técnico...