Topo

Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

RMP: Com apetite, Fla mostra a Textor que ele precisará gastar muito

23/02/2022 22h26

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A aparente falta de "fome" (de títulos) dos jogadores do Flamengo, criticada pelo técnico Paulo Sousa, após a derrota nos pênaltis na decisão da Supercopa do Brasil, não foi vista no clássico contra o Botafogo, pelo Estadual do Rio. Ao contrário, o time rubro-negro pisou o gramado do Nilton Santos com enorme apetite, dominando e imprensando seu adversário nos 30 minutos iniciais do primeiro tempo, que terminou com uma vantagem de 2 a 0, modesta diante de tamanha superioridade.

Sim, enquanto o placar estava em 1 a 0, houve um lance em que a bola bateu na mão de Pedro, dentro da área do Fla, típica jogada em que, normalmente, são marcados pênaltis no futebol brasileiro. Curiosamente, o juiz não assinalou nada, nem o VAR chamou-o para rever o toque.

Como houve decisão semelhante, no recente clássico entre Santos e São Paulo, negando penalidade idêntica à equipe da Vila Belmiro, suspeita-se que essa seja uma nova orientação da chefia da arbitragem da CBF, para diminuir o número excessivo de pênaltis de VAR no nosso futebol. Se houvesse transparência, seria possível saber. Como não há, restam as suposições e a reclamação, compreensível, do Botafogo.

Além da volta do apetite dos rubro-negros, de uma maneira geral, algumas atuações individuais mereceram destaque no Flamengo: Gabigol e Pedro, buscando se entender e mostrando que, sim, podem atuar juntos; Lázaro voltando a render muito bem como ala esquerda (sua tabela com Gabriel, na jogada do segundo gol, foi uma pintura); e Arrascaeta, desequilibrando como de hábito. Seu passe para Pedro abrir o placar foi de antologia e ainda fez um golaço, o terceiro. Mais maestro que nunca.

Foi talvez a melhor apresentação sob o comando de Paulo Sousa. A evolução de seu trabalho é nítida. Já jogara muito bem contra o Atlético Mineiro (adversário bem mais forte) e desfilou no estádio do Botafogo (rival mais modesto). Para não dizer que tudo beirou à perfeição, Léo Pereira (sempre ele) conseguiu fazer um ridículo gol contra. Placar final 3 a 1. Sem sustos.

Para a torcida do Glorioso, restou um consolo: seu novo dono, John Textor, pôde ver ao vivo e com clareza que, se quiser competir com os rivais mais fortes pelos títulos importantes no futebol brasileiro, precisará investir muito. E rapidamente...