RMP: Sobram curingas mas Paulo Sousa ainda não fechou a canastra

Marinho, Pedro e Bruno Henrique. Esse trio de ataque faria a alegria de 90% dos treinadores e torcedores no Brasil. Os três começaram o jogo contra o Bangu no banco de reservas e não fizeram falta, pois o Flamengo goleou por 6 a 0 e dois dos três entraram na segunda etapa sem brilhar (notadamente o centroavante, que substituiu Éverton Ribeiro no intervalo).

Assim é o rubro-negro de Paulo Sousa que, em 10 jogos, não repetiu nem sequer uma vez a escalação inicial, algo que muitos acreditam será corriqueiro e, dizem, uma arma a mais para surpreender os rivais. Será? Só o tempo dirá. Diante da frágil e inocente equipe banguense (os dois primeiros gols do Fla nasceram em contra-ataques!) tudo ficou bem mais fácil. Ingenuidade achar que pode servir de parâmetro.

Radicalmente fiel ao seu esquema tático, o novo Mister tem várias questões a resolver. A ala esquerda, por exemplo, segue sem dono, pois Éverton Ribeiro não se adaptou por ali (e jogou bem, deslocado pelo meio) e o jovem Lázaro ainda se mostra irregular (contra o Bangu teve desempenho bem discreto). Bruno Henrique, talvez a melhor alternativa, o técnico ainda não usou na posição, pois aposta mais nele no comando do ataque.

Na ala direita, a disputa também segue aberta, pois Rodinei já teve boas atuações, mas Matheusinho foi um dos destaques contra o Bangu, quando até Isla voltou a jogar e deu assistência na medida para Gabigol marcar o sexto gol. Quem será o titular nas semifinais e finais do Carioca? Façam suas apostas. Eu iria com Matheusinho.

A linha de três zagueiros parece definida com Fabrício Bruno, David Luiz (que fez um partidaço, na volta ao Maracanã) e Filipe Luís (poupado para os jogos decisivos). Já em relação aos volantes há incertezas. Thiago Maia e João Gomes (no momento, o melhor cabeça de área do elenco) foram bem na goleada - eu os manteria. Mas Paulo Sousa vai barrar Arão e Andreas Pereira (que não jogaram por estarem suspensos)?

Do meio para frente, intocáveis só Gabigol (que não se sabe o porquê não entra no tal rodízio de "minutagem" imposto aos demais) e Arrascaeta (o maestro de toda a engrenagem, com participação em cinco dos seis gols diante do Bangu). Se o artilheiro não atuar, entrará Pedro (apesar da má fase), mas quem substituirá Arrascaeta? Pela posição em que atuou nessa última partida, Éverton Ribeiro surge como principal candidato.

Importante lembrar, a grande partida do Flamengo, sob o comando de Paulo Sousa, foi na disputa da Supercopa do Brasil, quando iniciou com Hugo, Fabrício Bruno, David Luiz e Filipe Luís (Léo Pereira); Rodinei (Matheusinho), João Gomes, William Arão e Éverton Ribeiro (Lázaro); Arrascaeta (Vitinho), Bruno Henrique (Diego) e Gabigol.

Nas semifinais e finais do Carioca, como jogará o Flamengo? Contra o Botafogo, o rubro-negro teve a melhor atuação no Estadual. Contra o Vasco, a pior...

É cedo para qualquer análise definitiva sobre o trabalho do novo treinador, que disse ao presidente Rodolfo Landim que o time só começará a ter um desempenho próximo ao que deseja a partir de abril. Mas que Sousa não se iluda. A eventual perda do tetracampeonato carioca aumentará brutalmente a pressão sobre seus ombros. Abril pode ser tarde demais.