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Empenho de Neymar definirá chances do Brasil na Copa
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Tudo muito bom, tudo muito bem, o Brasil goleou a envelhecida e combalida seleção do Chile, numa festa bonita, num Maracanã engalanado. A pergunta que não quer calar, entretanto, persiste: o que esperar de Neymar na Copa? A resposta deverá definir as possibilidades da seleção brasileira no próximo Mundial. Nos últimos quatro anos, Tite apoiou no camisa 10 o setor de criação e o poderio ofensivo de sua equipe. Do meio para a frente, tudo passava pelos seus pés, tudo girava em torno dele. E assim será até a bola rolar nos gramados do Catar.
É verdade que a opção quase forçada pela "molecada" (Raphinha, Antony, Vinícius Jr., Matheus Cunha, Gabriel Martinelli etc.) revigorou um time que parecia estagnado com Gabriel Jesus, Roberto Firmino, Philippe Coutinho e outros. O jogador capaz de desequilibrar os grandes jogos, de fazer a diferença, de impor medo aos adversários, entretanto, continua a ser o único supercraque surgido no Brasil nas últimas décadas. Apesar da temporada opaca, das seguidas contusões e do fracasso do projeto do PSG de conquistar a Europa.
Naquela que pode ser a sua última Copa (algo admitido por ele mesmo), resta saber como será sua motivação e, acima de tudo preparação até lá. Com 29 anos (Neymar já tem 30), Pelé fez questão de se preparar para o seu canto de cisne, no México, como um jovem estagiário entusiasmado. Puxava a fila nos treinos, empenhava-se em cada treino como se disputasse a final de sua vida e assim assumiu o papel de líder e exemplo de um dos maiores times de futebol de todos os tempos.
Espelhar-se no comportamento do Rei pode ser a salvação do súdito. Daqui até o início dos jogos no Catar, Neymar terá férias e o início morno da temporada europeia (seguirá no PSG ou aceitará o desafio do novo bilionário Newcastle?). Se quiser chegar "voando" ao Mundial, o outrora "menino Ney" precisará de uma dedicação e de uma entrega ímpares, bem raras desde que trocou Barcelona por Paris.
Diante do inofensivo Chile, sabendo da precária forma física de seu melhor jogador, Tite poupou-o, deslocando-o para a posição de "falso nove", onde teve atuação discreta para o seu enorme potencial. Não creio que vá utiliza-lo assim na Copa.
Apesar da boa atuação de Vinícius Jr., duvido que torne o jovem do Real Madrid (ao qual ainda faz muitas restrições) titular. Aposto que na hora do vamos ver, Lucas Paquetá será deslocado para a esquerda e Neymar recuado para a posição de ponta-de-lança.
Seja como for, certo é que o Brasil do professor Adenor continuará colocando todas as suas fichas em Neymar. Resta saber se este estará disposto a retribuir tal confiança, com empenho e foco total, ou se suas atenções seguirão divididas com postagens no Instagram, no Tik-Tok, grandes festas em Angra e em Paris, inúmeras namoradas e por aí vai.
O velho sonho de se tornar um dia o melhor jogador do planeta passa, obrigatoriamente, por esta última chance que terá no Catar. Assim como as possibilidades de o Brasil de Tite conquistar o hexacampeonato.
Façam suas apostas.
Em tempo: o terceiro cartão amarelo, evidentemente forçado para não jogar o último jogo pela seleção em La Paz, não deixa grandes esperanças de uma mudança de comportamento de Neymar...
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