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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Fla estreia com vitória na Libertadores. Mas segue jogando muito mal

06/04/2022 03h43Atualizada em 06/04/2022 03h47

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Começou a Libertadores e, na rodada de abertura, as derrotas do Corinthians para o Always Ready, do Boca Juniors para o Deportivo Cáli e o empate do Athletico Paranaense com o Caracas podem fazer o torcedor do Flamengo respirar aliviado com o triunfo rubro-negro diante do Sporting Cristal. Mas só isso merece ser visto como positivo, em mais uma atuação medíocre e preocupante do vice-campeão carioca.

É verdade que o dia foi caótico e a convulsão social em Lima, provocando o "joga não joga" que antecedeu a partida, realizada sem torcedores no estádio, pode ter atrapalhado a concentração dos jogadores. Nem isso, entretanto, justifica novo desempenho decepcionante.

Paulo Sousa mandou a campo sua 14ª escalação em 15 jogos. Como quer que haja entrosamento? Dessa vez, parece ter se rendido aos apelos de alguns jogadores, como Éverton Ribeiro, que voltou a ser escalado como titular, na direita, posição em que se consagrou. Mas nem ele nem o restante da equipe conseguiram render o que se espera.

Há falhas gritantes em todos os setores da equipe. A linha de três zagueiros deixa espaços pelos quais os atacantes adversários sempre ameaçam e mostra-se incapaz de produzir uma saída de bola minimamente eficiente. E tome de lançamentos longos e chutões.

Os volantes são incapazes de contribuir na passagem da defesa para o ataque e marcam mal - a exceção é João Gomes que nem sequer começou a partida sob a alegação que sentia dores num dos pés. Mas entrou no segundo tempo... Thiago Maia precisa de ritmo, mas Sousa pouco o utiliza. E quando o faz, como em Lima, o substitui. Restam Arão, cada vez mais perdido e atabalhoado no novo sistema, e Andreas Pereira, que não marca ninguém e tampouco consegue ser eficiente na armação de jogadas.

Sem Arrascaeta, a criatividade do Flamengo de Paulo Sousa é próxima do zero. Jogadas ensaiadas não há e a tal "profundidade", tão defendida pelo treinador, raríssimas vezes é alcançada pelos alas ou pelos atacantes. O resultado é um ataque perdido onde a bola dificilmente chega a Gabigol em boas condições para que ele conclua. Some-se a isso o mau momento do artilheiro...

Reforços como Santos, Pablo e Ayrton Lucas (os dois últimos ainda entregues ao departamento médico do doutor Tanure...) e jovens como João Gomes, Lázaro (que entrou bem e deu lindo passe para Matheusinho marcar o segundo gol) e Matheus França parecem ser as esperanças para revitalizar um time estagnado e um grupo dividido em "panelas" e sem "química" com o treinador e seu sistema posicional.

Do jeito que está, é difícil acreditar em títulos, ainda mais quando o mais fácil deles já foi perdido.

Fanfarronices e tolices

O presidente Rodolfo Landim anunciou que estava abrindo mão da presidência do Conselho da Petrobras para se dedicar totalmente ao Flamengo. Em seguida, saiu em duas semanas de férias e se mandou para o exterior. Tolos foram os que acreditaram nele.

Já em campanha?

Qual a justificativa do vice-presidente Marcos Braz para não ir a Lima, na estreia da equipe na Libertadores?