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É cada vez mais incompreensível passar pano para Paulo Sousa
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Não conheço nem sequer um rubro-negro que sinta prazer em ver jogar esse Flamengo de Paulo Sousa. Irritação, sim, há de sobra, durante e depois das partidas, nas arquibancadas, nos grupos de whatsapp e nas redes sociais. Com razão. Mais de três meses após o início de seu trabalho, não há sinais de evolução, ao contrário, o time só faz piorar desde que chegou a realizar uma boa exibição contra o Atlético Mineiro, na decisão da Supercopa do Brasil - ponto fora da curva no desolador panorama atual.
Na saída do gramado, após o empate em 1 a 1, com o Atlético Goianiense, na estreia no Brasileirão, Bruno Henrique disse que os jogadores cumpriram todas as ordens do treinador, jogando exatamente da forma que ele queria - algo confirmado pelo próprio Sousa, na coletiva, elogiando e festejando uma atuação que considerou muito boa.
Mas, afinal, o que se viu no bem cuidado gramado do Castelo do Dragão? Um Flamengo atrapalhado, que levou gol com dois minutos (anulado pelo VAR por impedimento no início do lance), que teve o controle da posse de bola, mas, como de hábito, foi incapaz de transformar tal domínio em gols.
Vou além: não teve capacidade sequer de criar grandes oportunidades para balançar a rede adversária. Supra sumo do enervante estilo arame liso. Um chute rasteiro de Gabigol, rente à trave, e outro de Bruno Henrique, por cima do travessão, e foi só. Muito pouco nos 45 minutos iniciais, nos quais o Atlético, em contra-ataques, chegou a ameaçar mais o gol de Hugo.
Depois do intervalo, após a já tradicional entregada de Andreas Pereira (inacreditável que ainda seja escalado e que alguém ainda pense em contratá-lo), errando um passe longo que armou o contra-ataque nas costas de Léo Pereira e o gol de Rato (diante de um Arão completamente perdido na ida e na volta), a equipe de Paulo Sousa partiu para o tudo ou nada, no melhor estilo de "trocação", "briga de rua", "torneio de bofetões" etc. - adjetivos tão usados para ridicularizar o modo de jogar de Renato Gaúcho.
O empate veio na base do abafa e a bola na trave de Pedro, idem. Ainda assim, num contra-ataque, Léo Pereira, do Atlético Goianiense, também carimbou o poste, quase dando o triunfo ao time da casa.
- Ah, mas melhorou em relação aos últimos jogos! - dizem alguns.
Sim, piorar era impossível. Fato é que o Flamengo de Paulo Sousa só "joga bem" nas entrevistas coletivas pós jogo, quando o treinador exalta qualidades como amplitude, profundidade, transições rápidas etc., que só ele e seus passadores de pano enxergam.
No jogo real, é uma dificuldade abissal para transpor defesas bem postadas, dezenas de bola altas atiradas a esmo sobre a área adversária, lançamentos longos que não dão em nada, um meio-campo incapaz de criar qualquer coisa sem o toque diferenciado de Arrascaeta e uma defesa que parece um queijo suíço, apesar da presença de três zagueiros. Jogadas ensaiadas? Não se vê nem umazinha sequer. Que raios de técnico moderno é esse?
Se você ainda é daqueles (poucos) que acham que vai melhorar, sugiro esperar sentado. Até lá, vai passando pano. Quem sabe não faz surgir o gênio da lâmpada? Só ele mesmo para transformar esse trabalho medíocre em algo que preste.
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