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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Torcida do Fla perdeu a paciência com Paulo Sousa e com cartolas

Renato Maurício Prado

12/05/2022 04h00

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Não importa se está em campo o time titular, o suplente ou um misto. Sob o comando de Paulo Sousa, o torcedor do Flamengo já sabe, de antemão, que vai se irritar. Mesmo quando o rival é fraco, como o Altos do Piauí, na Copa do Brasil. Foi o que se viu, uma vez mais, em Volta Redonda, quando o rubro-negro carioca garantiu a classificação para as oitavas de final da Copa do Brasil, com uma vitória sofrida por 2 a 0, gols de Gabigol, de pênalti, e Victor Hugo - jovem aniversariante do dia (completava 18 anos).

O bom desempenho dos moleques da base foram praticamente a única coisa boa num dia de desempenho coletivo medíocre, como de hábito. O lateral-esquerdo Marcos Paulo, insinuante no apoio e firme na marcação, mostra que a disputa, com Ayrton Lucas, pela vaga de Filipe Luís, que ficará ao menos um mês nas mãos do doutor Tanure, será interessante.

Seu entendimento com Lázaro, outro que se firma mais a cada jogo, foi responsável pelas melhores tramas de um ataque praticamente anulado pela retranca do adversário do Piauí. A ponto de, acredite se quiser, não ter obrigado o goleiro Marcelo, do Altos, a fazer nem sequer uma defesa. As duas únicas bolas que os rubro-negros concluíram com endereço certo entraram: o pênalti convertido por Gabriel e a cabeçada de Victor Hugo.

Além de Marcos Paulo, João Gomes, Lázaro e Victor Hugo (todos crias das divisões de base), pouco se salvou. Na verdade, apenas a volta de Rodrigo Caio, que atuou 45 minutos e comprovou que, quando pode jogar, ainda é o melhor de todos os zagueiros do elenco.

Firme na zaga, se insinuou no apoio ao ataque com bons passes e deixou no ar a esperança de que, se o físico permitir, ainda pode devolver a estabilidade a uma zaga absolutamente perdida. A conferir as cenas dos próximos capítulos desta longa novela médica.

Futurologia à parte, o que ficou claro, no Estádio da Cidadania, é que os dirigentes e o treinador não contam mais com a paciência da torcida, que os hostilizou várias vezes antes, durante e depois da partida.

Ou o Flamengo volta a jogar bem e derrota o Ceará, no próximo sábado, pelo Brasileiro, em Fortaleza, ou o Maracanã, na próxima terça-feira, no jogo contra a Universidad Católica, pela Libertadores, se tornará um autêntico caldeirão. Para o treinador e os cartolas rubro-negros.