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Marcos Braz e Bruno Spindel têm que sair com Paulo Sousa
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Com mais uma atuação medonha, incapaz de evitar a derrota, diante de um adversário que não vencia há nove rodadas e atuou com um jogador a menos, durante metade do segundo tempo, Paulo Sousa encerrou sua desastrosa passagem pelo Flamengo. A demissão será oficializada nas próximas horas. Mas sua saída resolve os problemas do rubro-negro, que terá mais uma multa rescisória de treinador (próxima de R$ 8 milhões) para pagar? Eis a grande questão.
Houvesse no clube, em vez de Rodolfo Landim, um presidente minimamente competente e corajoso, Sousa e sua comissão técnica (tão fraca quanto ele) não sairiam sozinhos, mas acompanhados pelo vice-presidente Marcos Braz e pelo diretor executivo Bruno Spindel, responsáveis diretos por sua escolha e contratação, bem como pela gestão caótica do futebol rubro-negro.
Relembrando: no final do ano passado, após a saída de Renato Gaúcho, os dois viajaram para a Europa, para contratar o treinador para a atual temporada e, após um "teatrinho" com Jorge Jesus (que, na verdade, não queriam recontratar), escolheram Paulo Sousa, um treinador que não tinha nem sequer 50% de aproveitamento médio na carreira - bastava uma consulta ao Sofascore para constatar tal fato, que deveria ser o bastante para desaconselhar sua contratação. Mas a dupla dinâmica se encantou e fechou negócio, dois antes de o Benfica demitir Jorge Jesus. Dois dias!
Fosse esse o primeiro equívoco, talvez merecesse perdão. Mas a escolha de Domènec Torrent, em outra viagem inútil e mal sucedida, em 2020, já fora precedente sintomático. Ainda mais quando Dome revelou, em entrevista este ano, que em momento algum os dois dirigentes se interessaram em saber seu esquema de jogo predileto. Quais os critérios adotados para sua escolha?
Braz é um dirigente à moda antiga. Que já teve sua importância, mas se perdeu com a desmedida ambição política e que transformou o departamento de futebol em uma lamentável ação entre amigos. É inacreditável que Bruno Spindel (um mero negociador de contratos) tenha se transformado em diretor executivo, bem como os ex-jogadores Fabinho e Juan possuam cargos importantes no departamento de futebol. O mesmo se pode dizer do supervisor Gabriel Skinner, parente de Bap e parceiro dos jogadores na noite. Pode dar certo?
Jorge Jesus, que tomava conta de tudo no Ninho do Urubu, foi a exceção que confirma a regra da incompetência generalizada que campeia da Gávea ao centro de treinamento. Poderia ter voltado, há cerca de um mês, quando esteve por aqui e me disse, sem hesitar, que gostaria de retornar ao rubro-negro. Mas, com seu caráter arrogante e vingativo, Rodolfo Landim preferiu ignorá-lo - e boa parte da mídia tratou de demonizá-lo.
Fato é que o futebol do Flamengo está entregue às traças. O presidente permitirá, agora, que Braz e Spindel escolham o próximo técnico e continuem fazendo todas as lambanças que têm feito? Insistir nos erros e acreditar que os resultados serão diferentes é sinal de pouca inteligência. E Landim, como empresário bem-sucedido, deveria estar ciente disso.
Por mais que seja insensível na gestão daquilo que é o maior ativo do clube que dirige, acreditando que a sede da Gávea e seus sócios-proprietários são mais importantes que os 45 milhões de torcedores, razão direta de um faturamento anual de mais de R$ 1 bilhão, ele não pode errar mais uma vez. Sob pena de não poder mais ir aos estádios ou sair à rua. Nem mesmo acompanhado por um exército de seguranças, como tem feito ultimamente.
Pobre menino rico. Pobre Flamengo.
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